Elizabeth
Nader
As aulas de natação são ministradas no Tancredão,
em Mário Cypreste
Elizabeth Nader
Mães acompanham as crianças durante as aulas
do projeto
Viver sem ser estigmatizado é o desejo de muitas pessoas com
deficiência. Se as crianças do projeto Saúde e Movimento, da Prefeitura de
Vitória, vão ou não passar por discriminação no futuro, só a sociedade dirá.
Mas, no momento, o que reina para os pequenos nas aulas de natação
do projeto é carinho, lazer, ajuda mútua, exercício fisioterápico e
socialização, numa integração entre mães e filhos dentro e fora da piscina. Ele
acolhe crianças com Síndrome de Down, autistas e deficientes físico e mental.
As aulas de natação são ministradas no Tancredão, em Mário
Cypreste, às segundas e quartas-feiras, a partir das 15 horas. "É um
ambiente de união, interação e socialização. A cada dia percebo a evolução
dessas crianças", disse a professora do projeto Djane Monteiro. Além da
professora de natação, as crianças são acompanhadas por uma psicóloga.
"Muitas crianças não conseguem falar, mas, a partir do trabalho com
música, estamos conseguindo que elas pronunciem algumas palavras", disse.
Amparo
Foi o que percebeu Priscila da Silva Carvalho, mãe da pequena
Sara Carvalho, de cinco anos e com Síndrome de Down. "Minha filha já
melhorou a fala, a coordenação motora e obedece as ordens que são passadas para
ela. É uma criança feliz no projeto", disse Priscila, que mora no Romão e
não se cansa de levar Sara ao Tancredão.
"Aqui não há discriminação. Tentei matricular a minha filha
na natação em academias particulares, mas, quando dizia que ela tinha Síndrome
de Down, a resposta era sempre a mesma: 'não temos mais vagas'. Pegavam o
telefone e nunca mais ligavam. No projeto, encontrei amparo e Sara pode se
integrar e se socializar", disse Priscila.
Já o autista Juan Felipe, de cinco anos, chega com o semblante
de felicidade para fazer natação. Acompanhado da mãe, Ana Paula Fialho, ele
"descarrega" suas energias quando desenvolve as atividades no
Tancredão. "Como a grande maioria dos autistas, Juan é muito fechado e se
isola. Mas, desde quando começou a frequentar as aulas do projeto, ele tem sido
um menino muito alegre. Está aprendendo a interagir com as outras
crianças", frisou Ana Paula.
Ativo
Ao contrário do pequeno Juan Felipe, Higor Caun Rosa Moreira, de
sete anos e com deficiência mental, tem toda disposição para falar e brincar.
Corre de um lado para outro, na ânsia de cair na piscina. A mãe dele, Rosiléia
Moreira, garante que seu filho está mais ativo e com mais disposição desde que
começou a frequentar as aulas.
"Acelerou a fala e já tem iniciativa própria. Ele era muito
inquieto na sala de aula, ficava andando de um lado para outro. Os professores
falam que ele está mais atento e calmo", relatou Rosiléia.
"O projeto oferece tudo o que as mães de crianças com
deficiência precisam: socialização, integração e aprendizado igual para
todas", disse.
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edição de Matheus Thebaldi
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