Arquivo / Incaper
A água retida nas caixas secas infiltra-se, contribuindo para o enriquecimento do lençol freático na época de chuvas, e o abastecimento das nascentes no período de secas
12/02/2015 - 13h54min
Uma tecnologia que ajuda a amenizar os danos causados tanto pelo excesso quanto pela falta de chuva. Parece contraditório, mas a técnica é simples e bastante eficiente. E, diante dos benefícios, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) incentiva a construção de caixas secas em diversos municípios capixabas como alternativa para enfrentar o período de estiagem.
As caixas secas são reservatórios tecnicamente dimensionados, construídos, em geral, nas margens de estradas para captar as águas de chuva. A técnica evita enxurradas, erosão, assoreamento dos rios e depredação das estradas pela chuva. Em tempos de estiagem, as caixas secas aumentam o armazenamento de água e o abastecimento do lençol freático, o que favorece as nascentes e a vazão dos rios.
A técnica já existe há muitos anos, e começou a ser implantada no Espírito Santo em 2008, no município de São Roque do Canaã. O engenheiro agrônomo do Incaper, Aliamar Comério, sempre considerou as caixas secas como solução para o problema da estiagem no Estado.
Segundo o engenheiro agrônomo do Incaper, a técnica controla o nível dos mananciais por favorecer a infiltração gradativa de água no solo. “Os reservatórios construídos à beira das estradas, onde não há margem íngreme, impedem que a água escorra morro abaixo e arrastem partículas sólidas que provocam o assoreamento dos mananciais e prejudicam a atividade agrícola. Dessa forma, a água retida nas caixas secas infiltra-se, contribuindo para o enriquecimento do lençol freático na época de chuvas, e o abastecimento das nascentes no período de secas”, explica.
Para a implantação do projeto são necessários alguns cuidados, como a elaboração de projetos tecnicamente dimensionados. É fundamental calcular o volume correto da escavação, devendo-se definir não apenas a água da chuva que se quer captar em 24 horas, como também levar em consideração a largura e a declividade da estrada, juntamente com a cobertura vegetal da microbacia hidrográfica, ente outros aspectos.
“O projeto de Adequação de Estradas Rurais através de Caixas Secas evita o efeito sanfona dos mananciais, ou seja, aumenta a vazão das nascentes, córregos e rios nos períodos de estiagem e reduz a vazão das enchentes nos períodos chuvosos”, disse Comério.
Resultados
Desde o início dos trabalhos, os resultados com a construção de caixas secas foram muito bons. Em 2008, foram construídas, em São Roque do Canaã, 530 caixas secas ao longo de 10km de estrada. Após dois anos de funcionamento, constatou-se um aumento de 51% na vazão de uma das nascentes do Rio Santa Júlia, que foi monitorada mês a mês.
Além disso, foi confirmada a infiltração de aproximadamente 100 milhões de litros d’água para o lençol freático e a retenção de 5.600 m2 de sedimentos sólidos que teriam ido parar nos rios, junto com outras partículas arrastadas pela água ao longo do caminho.
“A experiência de São Roque do Canaã é diferenciada por ter sido monitorada mês a mês, durante dois anos de implantação. Por isso, foi possível demonstrar resultados positivos”, afirma Aliamar. Ele destaca ainda que a experiência é a primeira referência bibliográfica do Brasil com resultados monitorados da técnica.
Prêmio
O trabalho com as caixas secas em são Roque do Canaã rendeu ao Incaper dois troféus do Prêmio Inoves, promovido pelo Governo do Estado, em 2009. Com o título “Mobilização Social para a Produção de Água”, o projeto recebeu duas menções. Uma de “Práticas Sustentáveis” e outra “Destaque Atitudes Empreendedoras”. O produtor rural interessado em saber mais sobre a construção de caixas secas deve procurar o escritório do Incaper do seu município.
Assessoria de Comunicação – Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Luciana Silvestre - luciana.silvestre@incaper.es.gov.br
Texto: Juliana Esteves
Tel.: (27) 3636-9868 e (27) 3636-9865
As caixas secas são reservatórios tecnicamente dimensionados, construídos, em geral, nas margens de estradas para captar as águas de chuva. A técnica evita enxurradas, erosão, assoreamento dos rios e depredação das estradas pela chuva. Em tempos de estiagem, as caixas secas aumentam o armazenamento de água e o abastecimento do lençol freático, o que favorece as nascentes e a vazão dos rios.
A técnica já existe há muitos anos, e começou a ser implantada no Espírito Santo em 2008, no município de São Roque do Canaã. O engenheiro agrônomo do Incaper, Aliamar Comério, sempre considerou as caixas secas como solução para o problema da estiagem no Estado.
Segundo o engenheiro agrônomo do Incaper, a técnica controla o nível dos mananciais por favorecer a infiltração gradativa de água no solo. “Os reservatórios construídos à beira das estradas, onde não há margem íngreme, impedem que a água escorra morro abaixo e arrastem partículas sólidas que provocam o assoreamento dos mananciais e prejudicam a atividade agrícola. Dessa forma, a água retida nas caixas secas infiltra-se, contribuindo para o enriquecimento do lençol freático na época de chuvas, e o abastecimento das nascentes no período de secas”, explica.
Para a implantação do projeto são necessários alguns cuidados, como a elaboração de projetos tecnicamente dimensionados. É fundamental calcular o volume correto da escavação, devendo-se definir não apenas a água da chuva que se quer captar em 24 horas, como também levar em consideração a largura e a declividade da estrada, juntamente com a cobertura vegetal da microbacia hidrográfica, ente outros aspectos.
“O projeto de Adequação de Estradas Rurais através de Caixas Secas evita o efeito sanfona dos mananciais, ou seja, aumenta a vazão das nascentes, córregos e rios nos períodos de estiagem e reduz a vazão das enchentes nos períodos chuvosos”, disse Comério.
Resultados
Desde o início dos trabalhos, os resultados com a construção de caixas secas foram muito bons. Em 2008, foram construídas, em São Roque do Canaã, 530 caixas secas ao longo de 10km de estrada. Após dois anos de funcionamento, constatou-se um aumento de 51% na vazão de uma das nascentes do Rio Santa Júlia, que foi monitorada mês a mês.
Além disso, foi confirmada a infiltração de aproximadamente 100 milhões de litros d’água para o lençol freático e a retenção de 5.600 m2 de sedimentos sólidos que teriam ido parar nos rios, junto com outras partículas arrastadas pela água ao longo do caminho.
“A experiência de São Roque do Canaã é diferenciada por ter sido monitorada mês a mês, durante dois anos de implantação. Por isso, foi possível demonstrar resultados positivos”, afirma Aliamar. Ele destaca ainda que a experiência é a primeira referência bibliográfica do Brasil com resultados monitorados da técnica.
Prêmio
O trabalho com as caixas secas em são Roque do Canaã rendeu ao Incaper dois troféus do Prêmio Inoves, promovido pelo Governo do Estado, em 2009. Com o título “Mobilização Social para a Produção de Água”, o projeto recebeu duas menções. Uma de “Práticas Sustentáveis” e outra “Destaque Atitudes Empreendedoras”. O produtor rural interessado em saber mais sobre a construção de caixas secas deve procurar o escritório do Incaper do seu município.
Assessoria de Comunicação – Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Luciana Silvestre - luciana.silvestre@incaper.es.gov.br
Texto: Juliana Esteves
Tel.: (27) 3636-9868 e (27) 3636-9865
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