O período de estiagem continua e já são quase 80 dias sem chuvas relevantes no município de Castelo. Considerada a pior dos últimos 40 anos, a seca já causou prejuízos na casa dos R$ 50 milhões e levou a Prefeitura decretar Situação de Emergência na zona rural, no intuito de ajudar os produtores, e na cidade, continuam as medidas para economizar água, principalmente potável. A Defesa Civil Municipal encaminhou relatórios para os Governos Estadual e Federal, desde o dia 13 de fevereiro, que estão em fase de análise para o reconhecimento e ajuda nas duas esferas.
As medidas de economia adotadas no município passam até pelos canteiros de plantas que embelezam a Avenida Nossa Senhora da Penha, que se estendem mais de um quilômetro, e que antes consumiam água tratada da Cesan e custavam por mês cerca de R$ 2 mil aos cofres públicos, e agora são regados diariamente por um carro pipa. Um caminhão pipa tem a capacidade de armazenar oito mil litros de água, e são necessários oito vezes este total para regar todas as plantas, ou seja, 64 mil litros de água diariamente.
"Desde a implantação da irrigação por aspersão, há cerca de dez anos, usava-se água tratada, da Cesan para aguar as plantas dos canteiros da avenida. Diante da crise hídrica, substituímos a forma de molhar as plantas, que agora é feita diariamente com um carro pipa, que está retirando água do rio Castelo, não tratada, para a irrigação. Muitas vezes a população nem vê o serviço sendo realizado porque acontece ainda bem cedo, iniciando por volta das quatro horas da madrugada", informou o Prefeito Jair Ferraço.
Desde o início de fevereiro, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, todas as repartições públicas municipais alteraram os serviços de limpeza e higienização, economizando o máximo possível de água, evitando lavar pátios, escadas, corredores e marquises. As plantas são aguadas com regadores e em horários de menor calor, evitando também desperdícios como lavar ruas com caminhão pipa. São medidas que visam evitar a falta d'água na cidade, com racionamento da água, já que a prioridade é ter água para consumo humano, depois, para consumo animal, e em terceiro lugar, para irrigação.
"Deixamos de usar a mangueira para limpar escadas e corredores e passamos a utilizar baldes e panos de chão, consumindo menos água. Em um setor conseguimos até aproveitar a água que sai do ar condicionado para molhar plantas e até lavar banheiros", contou a auxiliar de serviços gerais, Solange Maria Souza Conholato, uma das responsáveis pela limpeza no prédio da sede da Prefeitura.
E é preciso continuar a economia de água. É o que afirma o Coordenador da Defesa Civil Municipal. "A crise só vem se agravando, pois não choveu o suficiente para normalizar a situação e já se aproxima o período comum de estiagem que geralmente acontece no fim de março. Os reflexos da seca será para, no mínimo, os próximos dois anos, tanto para a economia como para o meio ambiente. É preciso ter consciência e economizar para a vida toda. Usar a água de forma racional", alertou Lúcio Cesconetti.
Entre outras ações, com o reconhecimento do Decreto de Situação de Emergência por parte dos Governos Estadual e Federal, a Prefeitura de Castelo pretende conseguir em caráter emergencial, o apoio de outros cinco carros pipa, que vão atender o abastecimento de água de todo o município, tanto para uso humano como para uso animal.
“O reconhecimento do nosso estado de emergência vai colaborar inclusive para que os agricultores possam refinanciar dívidas junto aos bancos. Através de um Comitê Hídrico, que deve ser implantado de fato depois da votação dos Vereadores que deve acontecer nesta terça-feira, dia 24, na Câmara, estamos discutindo e diagnosticando as soluções para o problema da estiagem, avaliando juntamente com IDAF, Cacal e INCAPER as ações que devem ser tomadas a curto, médio e longo prazo. O prejuízo no interior do município pode até aumentar, caso a seca persista por muito mais tempo”, concluiu o Secretário Municipal de Agricultura, Gilberto Gava Marques.
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