texto de JORGE KUSTER JACOB é sociólogo e professor de História do CEIER de Vila Pavão ES).
A cultura é uma área que pode contribuir com o chamado desenvolvimento local
e sustentável assim como a agricultura, o comércio, a indústria, a ação social, o
investimento na saúde, no esporte, na educação e outras áreas da nossa sociedade,
especialmente dos nossos pequenos municípios. Mas antes de tudo é necessário que as
autoridades locais saibam definir cultura, identificar suas principais manifestações e
achar seu espaço no desenvolvimento local abusando da sua criatividade política. Os
municípios capixabas tem uma riqueza cultural incalculável em potencial. Trabalhar
essas questões é uma das formas de combater o nosso analfabetismo e contribuir com o
desenvolvimento destes municípios.
Quando falamos de autoridades, lógico que queremos dizer o prefeito e sua equipe do
setor da cultura tem por obrigação ter essa sensibilidade. Ma a sociedade civil também
deve se manifestar, cobrar, especialmente os compromissos de campanha uma vez
que todos antes de eleitos prometem mundos e fundos. Mas isso não suprime a escola,
e principalmente a escola do processo. Todos os setores que se preocupam com a
juventude e a geração de autoestima e empregos para a comunidade local devem fazer
essa análise e cobrar compromissos do poder público. Mas o padre e o pastor também
é sujeito da nossa história e devem colocar o prefeito e o secretario de cultura contra
a parede. Agora se esses agentes religiosos acham que “só a ação do espírito santo”
proverá sinceramente estamos lascados e a cultura vai parar mesmo “nos quintos
dos infernos” pois a falta de fé é tão grande que não conseguimos nem medir. Temos
municípios com mais de 200 pessoas entre jovens e adultos envolvidos em grupos de
danças e outras aeras de interesses cultural e nunca vi um prefeito se reunir com eles.
A nível nacional temos que elogiar a gestão do Ministro Gilberto Gil na época do
Governo Lula. O cantor conseguiu formar uma equipe que no meu ponto de vista
revolucionou a cultura local e ninguém comenta isso. Lembro que na época o ministério
criou em torno de 30 editais num enorme processo de dar evidência a cultura popular
e local. Interiorizou a cultura quando o mestre da cultura popular nas mais longínquas
grotas deste país pode e ainda pode hoje receber prêmios pela sua prática cultural, entre
tantas outras editais interessantes. E o mais importante, muitas secretarias estaduais
de cultura copiram esse modelo, como é o caso do Espírito Santo e hoje conseguem
fazer o mesmo. Graças a isso temos diversos editais no Espírito Santo com esse mesmo
perfil em parceria com o governo federal. Em Vila Pavão e tantos outros municípios
temos os pontos de cultura que não me deixam mentir. As secretarias municipais nem
precisam ter muito orçamento, basta ter uma boa equipe de assessorar a comunidade
no preenchimento dos formulários destes editais e assim a cultura nesses municípios
simplesmente acontecerá. O que é impossível quando muitas secretarias no interior
servem meramente de cabides de empregos e mais uma possibilidade de desviar
recursos para pagar passadas e futuras campanhas eleitoreiras.
O pior é assistir não só a falta de vontade política de muitas autoridades eleitas para dar
direção à cultura local, mas saber que essa autoridade nada entende de cultura e nomeia
para ocupar essa pasta indivíduos para simplesmente pegar o salário no final do mês e
assim quitar suas dividas das últimas eleições. É assim que a cultura “vai pro ralo”. Se
em alguns municípios os grupos não estiverem organizados em associações ou “pontos
de cultura” a cultura já estaria literalmente “no esgoto”.
É muito triste saber que muitas administrações preferem investir quase um milhão
em artistas de renome nacional, de fora do município na chamada festa da cidade e
não tem cem mil para investir na música, na dança, na culinária, na vestimenta, no
cinema, na literatura, nos grupos e eventos locais. Onde durante o ano todo temos
centenas de pessoas envolvidas, formando verdadeiros cidadãos e contribuindo com o
desenvolvimento local e sustentável. Esses agentes políticos que para eles quanto mais
analfabetos temos melhor será, pois não terão consciência crítica para cobrar tais ações,
entre outras obrigações públicas.
Se não houver uma grande mobilização de ativistas culturais, sindicatos dos artistas,
sindicatos dos trabalhadores, escolas, grêmios estudantis, grupos folclóricos, conselhos
de cultura, associações culturais, igrejas progressistas, entre outros setores da sociedade
esse tipo de político vai “deitar e rolar” e a nossa cultura local vai padecendo nos
túmulos do passado.
Se temos amontoado de prefeitos e secretários com essa insensibilidade política para
a cultura local precisamos nos mobilizar. Até mesmo para de uma vez por todas
alfabetizamo-los através de manifestações como esse artigo. E fazer com que tomem
consciência e coloquem a cultura no seu devido lugar. E que assim possamos contribuir
para a sua capacitação política e com seu projeto de governo. Que possamos deixar
claro que cultura também gera renda e dá votos, além de dar autoestima a toda sua
população. (JORGE KUSTER JACOB é sociólogo e professor de história do CEIER de Vila Pavão ES).
A cultura é uma área que pode contribuir com o chamado desenvolvimento local
e sustentável assim como a agricultura, o comércio, a indústria, a ação social, o
investimento na saúde, no esporte, na educação e outras áreas da nossa sociedade,
especialmente dos nossos pequenos municípios. Mas antes de tudo é necessário que as
autoridades locais saibam definir cultura, identificar suas principais manifestações e
achar seu espaço no desenvolvimento local abusando da sua criatividade política. Os
municípios capixabas tem uma riqueza cultural incalculável em potencial. Trabalhar
essas questões é uma das formas de combater o nosso analfabetismo e contribuir com o
desenvolvimento destes municípios.
Quando falamos de autoridades, lógico que queremos dizer o prefeito e sua equipe do
setor da cultura tem por obrigação ter essa sensibilidade. Ma a sociedade civil também
deve se manifestar, cobrar, especialmente os compromissos de campanha uma vez
que todos antes de eleitos prometem mundos e fundos. Mas isso não suprime a escola,
e principalmente a escola do processo. Todos os setores que se preocupam com a
juventude e a geração de autoestima e empregos para a comunidade local devem fazer
essa análise e cobrar compromissos do poder público. Mas o padre e o pastor também
é sujeito da nossa história e devem colocar o prefeito e o secretario de cultura contra
a parede. Agora se esses agentes religiosos acham que “só a ação do espírito santo”
proverá sinceramente estamos lascados e a cultura vai parar mesmo “nos quintos
dos infernos” pois a falta de fé é tão grande que não conseguimos nem medir. Temos
municípios com mais de 200 pessoas entre jovens e adultos envolvidos em grupos de
danças e outras aeras de interesses cultural e nunca vi um prefeito se reunir com eles.
A nível nacional temos que elogiar a gestão do Ministro Gilberto Gil na época do
Governo Lula. O cantor conseguiu formar uma equipe que no meu ponto de vista
revolucionou a cultura local e ninguém comenta isso. Lembro que na época o ministério
criou em torno de 30 editais num enorme processo de dar evidência a cultura popular
e local. Interiorizou a cultura quando o mestre da cultura popular nas mais longínquas
grotas deste país pode e ainda pode hoje receber prêmios pela sua prática cultural, entre
tantas outras editais interessantes. E o mais importante, muitas secretarias estaduais
de cultura copiram esse modelo, como é o caso do Espírito Santo e hoje conseguem
fazer o mesmo. Graças a isso temos diversos editais no Espírito Santo com esse mesmo
perfil em parceria com o governo federal. Em Vila Pavão e tantos outros municípios
temos os pontos de cultura que não me deixam mentir. As secretarias municipais nem
precisam ter muito orçamento, basta ter uma boa equipe de assessorar a comunidade
no preenchimento dos formulários destes editais e assim a cultura nesses municípios
simplesmente acontecerá. O que é impossível quando muitas secretarias no interior
servem meramente de cabides de empregos e mais uma possibilidade de desviar
recursos para pagar passadas e futuras campanhas eleitoreiras.
O pior é assistir não só a falta de vontade política de muitas autoridades eleitas para dar
direção à cultura local, mas saber que essa autoridade nada entende de cultura e nomeia
para ocupar essa pasta indivíduos para simplesmente pegar o salário no final do mês e
assim quitar suas dividas das últimas eleições. É assim que a cultura “vai pro ralo”. Se
em alguns municípios os grupos não estiverem organizados em associações ou “pontos
de cultura” a cultura já estaria literalmente “no esgoto”.
É muito triste saber que muitas administrações preferem investir quase um milhão
em artistas de renome nacional, de fora do município na chamada festa da cidade e
não tem cem mil para investir na música, na dança, na culinária, na vestimenta, no
cinema, na literatura, nos grupos e eventos locais. Onde durante o ano todo temos
centenas de pessoas envolvidas, formando verdadeiros cidadãos e contribuindo com o
desenvolvimento local e sustentável. Esses agentes políticos que para eles quanto mais
analfabetos temos melhor será, pois não terão consciência crítica para cobrar tais ações,
entre outras obrigações públicas.
Se não houver uma grande mobilização de ativistas culturais, sindicatos dos artistas,
sindicatos dos trabalhadores, escolas, grêmios estudantis, grupos folclóricos, conselhos
de cultura, associações culturais, igrejas progressistas, entre outros setores da sociedade
esse tipo de político vai “deitar e rolar” e a nossa cultura local vai padecendo nos
túmulos do passado.
Se temos amontoado de prefeitos e secretários com essa insensibilidade política para
a cultura local precisamos nos mobilizar. Até mesmo para de uma vez por todas
alfabetizamo-los através de manifestações como esse artigo. E fazer com que tomem
consciência e coloquem a cultura no seu devido lugar. E que assim possamos contribuir
para a sua capacitação política e com seu projeto de governo. Que possamos deixar
claro que cultura também gera renda e dá votos, além de dar autoestima a toda sua
população. (JORGE KUSTER JACOB é sociólogo e professor de história do CEIER de Vila Pavão ES).
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