Doenças mais comuns, formas de prevenção e de tratamento na produção de bananas e boas práticas de manejo foram os assuntos debatidos com especialistas nacionalmente renomados em uma das palestras no segundo dia da Semana Tecnológica do Agronegócio, em Santa Teresa.
Os pesquisadores Miguel Rodríguez, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Wilson da Silva, da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) falaram sobre a Sigatoka Negra e Amarela, doenças causadas por fungos e que são problemas em bananais de todo o mundo.
“Pesquisamos durante anos a proliferação desse fungo e observamos que em épocas mais chuvosas a transmissão acontece mais fácil. É preciso tomar medidas preventivas e depois medidas curativas, que são as aplicações de fungicidas”, disse Wilson.
Uma das orientações do pesquisador da APTA foi a desfolha sanitária, que nada mais é do que a retirada das folhas secas – que é uma das origens da proliferação da doença.
“Todas as folhas secas retiradas devem ser reunidas em um monte e o produtor precisa jogar ureia, pois há nitrogênio e em 72 horas ocorre a decomposição e a matéria orgânica volta para a terra sem perigo de contaminação”, disse.
Durante a palestra, Gean Carlos Cerchi, 19 anos, anotou todas as novas informações sobre a doença. Ele e sua mãe, Maura Totola, 53, têm uma plantação de banana em Nova Lombardia, em Santa Teresa.
“Quase todo mundo que planta banana tem problema com a sigatoka amarela, mas a negra ainda não tínhamos tantas informações. Achei interessante ele lembrar que os bananais abandonados devem ser exterminados, pois são transmissores. Hoje o que mais tem por aí é bananal abandonado”, disse Gean.
Doença cada vez mais perto
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou no primeiro semestre desse ano que vai anular, ainda em 2016, a Instrução Normativa que reconhece o Espírito Santo como área livre da Sigatoka Negra, que é a principal doença da bananeira. O fungo foi encontrado em 2015 e no início deste ano em propriedades rurais de São Mateus, Pinheiros e Linhares.
Na prática, a revogação impede ou dificulta a comercialização da banana capixaba com os demais estados onde não há registro da doença. Segundo estimativa do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), 80% da banana produzida no Espírito Santo (276 mil toneladas por ano) é vendida para outras regiões do país.
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