Quando afirmo que o Brasil e o Espírito Santo mudaram nestes últimos anos, o faço com total e plena segurança. Nesta quinta-feira fui ao IFES Alegre/Rive atendendo ao convite abaixo.
Ministério do Desenvolvimento Agrário e o IFES Alegre/Rive foram os anfitriões
O motivo da reunião era o de se atender ao que determina a Política Nacional de Alimentação Escolar, que indicou que todos órgãos ligados a Administração Pública Federal que forneça alimentação passe a adquirir no mínimo 30% da Agricultura Familiar. Este esquema de compra mínima já está funcionando nas Escolas Municipais desde 2010 e nas Escolas da Rede Estadual desde 2012.
Lá estavam presentes produtores rurais dos seguintes municípios:Alegre, Divino São Lourenço, Jeronimo Monteiro, Castelo, Domingos Martins, Muqui, Mimoso do Sul, Ibitirama, Piúma, Cachoeiro de Itapemirim, Alfredo Chaves, Atílio Vivacqua, Muniz Freire.
O sistema da Alimentação Escolar, que é financiado com dinheiro do Governo Federal, já existe há décadas, mas de 2010 em diante ele passou uma mudança de qualidade e trouxe a novidade da inclusão da Agricultura Familiar. A presença de profissionais da Nutrição foi um elemento de certa novo e de grande valia para produtores rurais e consumidores, os estudantes que passaram a ter uma refeição de verdade e com qualidade. No que tange a Agricultura Familiar, é uma oportunidade para milhares de famílias por este Brasil afora em produzirem produtos de qualidade e serem remunerados por isto.
A reunião, aberta e franca, foi montada de forma a atender a política da ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DE QUALIDADE E DE VERDADE em sua plenitude.
Cada representante dos municípios tiveram oportunidade de numa primeira fase indicarem os produtos que produziam, numa segunda fase vão enviar ao IFES os meses quando terão produção para entregar. Com base nas informações o IFES vai fazer o seu cardápio e indicar os volumes que necessita e os preços e a forma como vai remunerar os produtores.
Os produtores e produtoras dos municípios indicaram os seguintes produtos: pó de café, polpa de frutas, feijão, derivados do leite, banana prata, banana da terra, banana maça, banana nanica, mel, mandioca, pasta de alho, doces, pães, biscoitos, bolos, fubá, laranja lima, laranja baia, laranja pera, inhame, abacate, abóbora madura, abóbora verde, jiló, palmito, alface, couve-flor, acerola, maracuja, chuchu, brócolis, repolho, limão, pepino, beringela, morango, farinha, cenoura, tomate, filé de tilápia, pêssego, uva, nectarina, goiaba, ovos e outros produtos.
Trabalhando como jornalista no meio rural capixaba desde maio de 1974, pouco mais de 41 anos, não me surpreendeu a diversidade de produção do nosso meio rural, vindos da AGRICULTURA FAMILIAR, que até poucos anos tinha apenas um destino: migrar para os centros urbanos e daí sofrer todas consequências sociais e econômicas de quem é despossuído de bens.
A forma com MDA e IFES conduziram a reunião: ouvindo e dialogando com quem produz, trabalha e que ser e ter reconhecido, mostra que este Brasil que vivemos está mudando, mas que precisa mudar mais. Esta gente há poucos anos era apenas citada nos discursos oficiais, mas na prática eram as últimas da fila.
Fiz este texto sem citar nomes de pessoas do MDA, do IFES ALEGRE/RIVE e nem mesmo dos produtores e produtoras presentes, como uma forma de homenagear a todos e todas que contribuem efetivamente para termos uma sociedade mais justa e equilibrada. Que este exemplo seja seguido pelos demais órgãos ligados ao Poder Federal no Espírito Santo: demais Ifes, Ufes, quartéis e hospitais.
A tarde do dia 16 de dezembro de 2015 vai ficar marcada na minha vida como o dia que o sonho e o ideal de uma sociedade solidária e fraterna pode ser verdade e real, desde que cada um de nós tenha um agir no sentido e na direção onde o Brasil seja de todos e todas pessoas.
Foi uma tarde muito importante e histórica para a agricultura familiar capixaba!
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