quarta-feira, 18 de maio de 2016

A POLITICA DE ESQUERDA E O GOLPE DE DIREITA NO BRASIL - texto JORGE KUSTER JACOB



Cultura política também é a ideologia.  Ideologia é um conjunto de ideias, de conceitos, de costumes, doutrinas, tradições e valores que defendemos. No dicionário de Aurélio Junior ideologia é definida como “conjunto de ideias que tem por base uma teoria política ou econômica”. Modo que um indivíduo ou uma classe social vê e interpreta a história e a sociedade. Um conjunto de doutrinas.    
O pensador francês Emilie Durkheim dizia e influenciou o capitalismo com a sua ideia de que as “classes sociais viviam em harmonia”, mas o pensador alemão Karl Marx que influenciou o socialismo pensa justamente o contrário: “as classes sociais vivem num eterno conflito”.
Na Revolução Francesa de 1789 que pregava a “liberdade, fraternidade e igualdade,” que marca o inicio da nossa era contemporânea ideologicamente falando surge uma ideologia filosófica contra a Monarquia, contra o rei, e contra as ditaduras. Na assembleia constituinte os deputados contra o rei, contra a elite defendiam o povo sentavam a “esquerda” e os deputados que defendiam o rei, a elite sentavam à “direita” do rei. E assim surgia a direita e a esquerda na nossa história.   
E como podemos analisar a política de direita e esquerda ainda hoje? Elas existem ou não? Depende da sua cultura política. Depende da sua ideologia política. Depende naquilo que você acredita. Se você se identifica com o pensamento do francês Durkheim provavelmente você será de direita e se você acha que existem lutas de classes como Marx você será um militante de esquerda. Mas é muito mais do que só isso.
Antes de entrar nas questões que definem mais a sua identidade política temos que dizer o seguinte: Todo aquele que disser que “todos os políticos são corruptos” ou que “não confia na política” ou ainda esse negócio de “esquerda e direita não existe” já se autodefiniu: é de direita!
Na própria definição da palavra política já podemos ter uma definição de direita é “a arte de organizar o povo” e a de esquerda “é a arte do povo se organizar.” Ou ainda, diria a direita “odeio política” e a esquerda, “todos somos políticos por natureza”. Platão na antiguidade já dizia “quem não gosta de política é governado por alguém inferior”, a direita.
Todo ser humano assim como um partido tem uma ideologia política. Não existe neutralidade política assim como neutralidade religiosa. Ou você é de uma teologia mais popular (esquerda) ou conservadora (direita). Na política não é muito diferente. Ou você defende mais o povo como faziam quem se sentava a esquerda na assembleia constituinte na época da Revolução Francesa ou você se senta a direita com a elite, próximo ao rei.  Podemos até debater uma posição mais de centro esquerda ou centro direita. Ou até mesmo de uma ultra direita ou ultra esquerda.
Dizer que “todos os partidos são iguais” é outra afirmação que faz parte do nosso analfabetismo político e a direita gosta e até gostam de falar isso.
Durante o período da “Guerra Fria,” no pós-guerra até a década de 1990, a esquerda se identificava muito com o socialismo e a direita como o capitalismo. Depois dos anos de 1990, com a queda do Muro de Berlim, a abertura da Rússia, mais recentemente de Cuba e a formação dos grandes blocos econômicos essa esquerda busca cada vez mais os direitos dos trabalhadores, a luta ambiental, a inclusão dos gays, populações tradicionais, os negros, índios, os sem terra, pequenos agricultores. Enquanto a direita se identifica e tenta aperfeiçoar a sua política neoliberal das grandes empresas, do agronegócio, das grandes fazendas da monocultura e dos meios de comunicação de massa.
Em 1937, Getulio Vargas deu um golpe para fugir das eleições presidenciais marcadas para o ano seguinte. Ele inventou que tinha recebido uma ameaça de um atentado comunista para justificar seu golpe de estado. E em 1964, para derrubar um governo eleito pelo povo também se usou a justificativa comunista, a reforma agrária e a igreja conservadora da época. E assim a ditadura militar ficou 20 anos no poder.
No Brasil nos últimos meses fica muito claro esse embate entre a direita e a esquerda. No Congresso Nacional e no Senado os debates e os projetos são respectivamente: ainda é entre o capitalismo e o socialismo; por interesses e por princípios; entre a monocultura e a diversidade agrícola; entre empresários e assalariados; entre fazendeiros e sem terra ou agricultores familiares; entre o livre mercado e o controle de preços; entre o ensino público e ensino privatizado; entre os sindicatos patronais e os sindicatos trabalhadores; entre a iniciativa privada e o associativismo; entre a teologia contempladora e a teologia da libertação; entre a minoria e a maioria; entre a cultura de elite e acultura popular; entre o conservador e o  revolucionário; entre a quantitativo e a qualitativo; entre o rico e o pobre; entre a direita e a esquerda.
Os principais partidos políticos nessa mesma ordem de combate são o PMDB, PSDB, DEM e PTB, entre outros versus o PT, PSOL, PCdoB, PCB entre outros. Entre o Golpe e a Democracia.  Entre a elite e o povo. Entre a direita e a esquerda.  
O grande problema não é a elite. O maior problema é o lambari com cabeça de tubarão.

Golpe é a minoria tirar o governo da maioria. Em 1937, Vargas usou sua força na presidência e deu o golpe. Em 1964, militares com apoio ideológica da igreja voltou a dar o golpe. Em 2016, os derrotados nas urnas usaram as pedaladas fiscais que todo mundo faz e com a mídia voltaram a dar o golpe. E assim implantam um governo ilegal e ilegítimo. Sem reconhecimento nacional e internacional. O impechamant pode ate ser legal, mas é imoral quando a maioria dos nossos prefeitos e governadores pratica pedalada fiscal. Não se sustenta no passado, no presente e muito menos no futuro da nossa história. 

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