quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Escola de Colatina ganha Prêmio Nestlé contra o desperdício



A Escola Unidocente Municipal de São Luiz de Barra Seca, no distrito de Boapaba, foi a vencedora de um prêmio oferecido pela Fundação Nestlé Brasil às escolas, através do Programa Nestlé Nutrir, Cuidar e Saber. O programa é voltado para o incentivo à autonomia dos alunos por uma alimentação saudável, propondo a mudança de comportamento que possa impactar não só na escola como também nas famílias e na comunidade em que eles vivem. O prêmio, no valor de R$ 3 mil, será entregue amanhã, às 7h30, em solenidade que será realizada no município de Águia Branca.
O projeto colatinense vencedor, enfatiza a importância do combate ao desperdício de alimentos, uma atitude da população brasileira que coloca o Brasil na primeira posição mundial, e chama a atenção para o desperdício de alimentos e propõe o aproveitamento das sobras que são fontes ricas de energia para o corpo humano e são jogadas fora.
A equipe de Colatina que estará presente será formada pela coordenadora do Programa de Educação no Campo, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Ana Paula Moschen; pela professora da escola vencedora, Eliane Zanetti Zotelli Cetto; e também pelas professoras de outras três escolas que também tiveram seus projetos selecionados.
Foram as Escolas Pluridocente Municipal Cely Rocha (Baunilha) que tem 45 alunos, é coordenada por Dircléia Baioco, e conta com as professoras Cenair Maria Sagrilo Barroso, Lucélia Pertel e Mayara Lydia Menelli; Pluridocente Cabeceira de São Pedro Frio, com 30 alunos, e as professoras Luciene Goldner Persigo e Tatiana do Nascimento; e Unidocente Fazenda Zanotelli, com nove alunos e a professora Marta Helena Zanotelli.

Como é o projeto
A professora Eliane disse ter recebido a notícia com alegria e surpresa. Ressaltou que para ela “é uma vitória conquistada com meus 18 alunos, suas famílias e a comunidade, que aceitou participar do projeto e se envolver com uma questão que me preocupa muito”.
Ela explicou que direcionou o projeto para os aspectos da alimentação, como hábitos alimentares principalmente, e a história da comunidade, antes de tocar no principal tema, o desperdício. Uma nutricionista fez uma palestra sobre as propriedades dos alimentos, a multimistura, a importância da horta construída em casa, o uso de alimentos integrais e o incentivo para que plantem o que devem comer.
Eliane levantou dados sobre o uso de adubo orgânico, receitas praticadas pelas famílias, alimentos industrializados, aproveitamento de sobras de alimentos, entre outras informações. Um técnico agrícola que atende às escolas no Programa de Educação no Campo, realizou oficinas de orientações práticas com os alunos.
Com as famílias ela identificou, através de relatos, o que elas plantam, compram, consomem e como usam os alimentos. Colheu opiniões sobre alimentos industrializados e naturais. E fez um estudo de uma lista de compras de uma delas. Quis saber qual a razão que elas não comem o que plantam, não têm horta em casa e se estariam dispostas a fazer diferente? E apresentou alternativas para uma alimentação saudável.
Com seu esforço, ela conseguiu chamar a atenção dos alunos, pois percebeu que na hora do recreio as crianças já estão demonstrando que aprenderam o que é ter uma alimentação saudável, e que tudo pode ser aproveitado e não ser jogado fora. “Eu sei que é o começo, mas vamos investir mais na conscientização”, destacou.
Também decidiu que na escola haverá sempre um momento de reflexão sobre o desperdício de alimentos praticado por milhões de pessoas e a falta deles para outros milhões pelo mundo. No dia 18, haverá uma apresentação na escola para toda a comunidade sobre o resultado do projeto, e ela vai novamente falar do assunto.
A coordenadora Ana Paula Moschen explicou que a Fundação Nestlé desenvolve projetos em parceria com os municípios que produzem cacau, cujas sementes são vendidas para a Nestlé. Em maio, junho e agosto, no Campestre Clube, a empresa capacitou os professores das 42 escolas da zona rural da rede municipal de Colatina. Para as escolas, segundo ela, foi um grande incentivo promover o prêmio após a realização do curso de capacitação. “O assunto está relacionado à agricultura, a base da economia do meio rural. Fala do dia a dia dos alunos e da comunidade, e despertou o interesse de todos”, frisou.
Ela informou. que apenas duas escolas do campo não possuem horta, por não terem espaço físico suficiente. “Todas as outras têm horta. O Programa Educação no Campo conta com um técnico agrícola, que duas vezes por semana ensina aos alunos como organizar uma horta, como plantar e aproveitar os recursos locais, as questões relacionadas à terra, à água, ao meio ambiente, à agricultura, enfim, a conhecerem a grande diversidade que tem o meio em que vivem. Na verdade o mundo tem que mudar seus hábitos alimentares”, finalizou.

Texto: Maria Tereza Paulino

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