domingo, 28 de maio de 2017

DEPOIS DE DECADAS O BROTE ENCONTRA SEU ESPAÇO NA HISTÓRIA. texto de Jorge Kuster Jacob




                        Essa semana estive na Salute em Nova Venécia e em Vitória. Fiquei impressionada com a comercialização do nosso brote.  O brote que em 1980 era discriminado. Era motivo de bulling para os pomeranos. Ainda me lembro que em 1980 começamos a fotografar, pesquisas, divulgar e colocar o brote em eventos, entre outras ações paralelas necessárias. Conseguimos trazer a TV Gazeta (Ronald Mansur) por diversas vezes para fazer reportagens sobre o brote. 
                    Fiz uma reportagem de capa do Pommerblad: “Vila Pavão é a capital Nacional do Brote”, texto que também foi usado no jornal Gazeta e outros da região. E em outros textos dizíamos que no Espírito Santo tínhamos o “alemão broteiro”, no sul do Brasil, o “alemão batata” e em Rondônia, o “alemão taioba”. Nas nossas palestras transformávamos essas frases pejorativas em motivação para a nossa libertação cultural quando o pastor Derly Foerter estampava em camisetas frases como “Michja broud, Schnaps und Wurst, dat jiwijt lust” (“Pão de milho, cachaça e linguiça, isso dá alegria”).  
                          Muitos ainda têm essas camisetas hoje.  E depois de 30 anos passeando em Vitória ou aqui na região, vejo com orgulho o brote (de fubá, banana, trigo) em feiras, lojas orgânicas, supermercados com aquela simbólica casca preta e queimada que de longe é percebível e assim divulgando a nossa identidade pomerana capixaba.                        Entendemos que muitas coisas ainda precisam ser feitas. Cera vez fui a biblioteca da UFES e na livraria do Aeroporto para disponibilizar livros meus e da minha filha. A burocracia era tanta que desisti de concorrer com aquela literatura de fora. E hoje ainda não encontro em aeroportos e schopincenters a nossa literatura. Estou me aposentando. Espero que as novas gerações continuem lutando para fazer a nossa identidade cultural pomerana sujeita da sua história e assim contribuir como o desenvolvimento cultural e econômica capixaba e brasileira. 

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