Publicada em 09/10/2014, às 16h16
Arquivo Secom
Atendimento a alunos com necessidades especiais acontece em todas as unidades da rede municipal de ensino
Andre Sobral
Heike, de 4 anos, conta com o auxílio dos profissionais do Cmei Laurentina Mendonça Corrêa, em Consolação
A educação é um dos fatores que contribuem para os altos índices de desenvolvimento humano e qualidade de vida da capital capixaba. Nesse sentido, a educação especial é uma referência em Vitória.
O atendimento aos alunos com necessidades especiais acontece em todos os 49 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e 53 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs), que têm capacidade para receber crianças com deficiência visual, física, intelectual, surdez, altas habilidades ou superdotação e transtornos globais de desenvolvimento, como autismo, síndrome de Rett, psicose infantil, entre outros.
De acordo com o Censo de 2013, são 1.413 estudantes na educação especial na rede municipal. Do total, cerca de 200 estão nos Cmeis, atendimento que tem sido ampliado a cada ano, de acordo com a coordenadora de Formação e Acompanhamento de Educação Especial, Ana Lúcia Sodré, que destacou a maior presença, principalmente, dos autistas nas salas de aula.
Ana Lúcia explicou que toda unidade de ensino que conta com um aluno da educação especial tem um professor especializado na necessidade específica. A Secretaria Municipal de Educação (Seme) conta com 284 professores especializados e 477 profissionais de apoio (assistentes de educação infantil, assistentes de suporte operacional e estagiários), que, além da formação exigida para contratação, recebem constantes aperfeiçoamentos e formações.
Os Cmeis e Emefs contam com salas de recursos multifuncionais destinadas ao atendimento dos alunos, como ensino do Braille para pessoas com deficiência visual, o ensino de Libras para os surdos, além de outras ações de aprendizagem.
Um dos Cmeis com maior número de crianças com deficiência é o Ana Maria Chaves Colares, em Jardim Camburi. O diretor da unidade, Serge Matos da Silva, relatou que a convivência de todos no espaço escolar é tranquila, supera as limitações e diferenças e resulta em amizades.
Elizabeth Nader
Ana Maria Chaves Colares, em Jardim Camburi, é um dos Cmeis que mais têm alunos com deficiência
Divulgação Seme
Matheus, que é surdo, aprendeu a Língua Brasileira de Sinais. A mãe comemorou: "Aos 5 anos, ele já identificava as letras e lia algumas palavras"
Desenvolvimento
"Tinha muito medo do meu filho Matheus, que é surdo, não aprender. O Cmei me surpreendeu
demais. Aos 5 anos, ele já identificava as letras, lia algumas palavras, os números, as cores, e tudo isso enquanto a escola ensinava as Libras e ele aprendia a se comunicar", contou a mãe, Adriele Helmer de Souza.
demais. Aos 5 anos, ele já identificava as letras, lia algumas palavras, os números, as cores, e tudo isso enquanto a escola ensinava as Libras e ele aprendia a se comunicar", contou a mãe, Adriele Helmer de Souza.
Já Eliane Nascimento comemora a evolução do filho Heike, de 4 anos, com o auxílio dos profissionais do Cmei Laurentina Mendonça Corrêa, em Consolação. Ela afirmou que o menino está mais independente e confiante e se locomove com segurança. "Quando chegamos à rua da escola, ele pede para largarmos a mão dele e vai até a sala de aula", comemora a mãe, que participa de reuniões mensais com os professores e orientadores e tem contatos quase diários com os profissionais.
Conquistas
As famílias comemoram a cada dia as conquistas. Mãe do Daniel, de 4 anos e meio, Cristiane Alves Paixão está muito atenta à evolução do filho, que é autista e desde o ano passado estuda no Cmei Zenaide Genoveva Marcarini Cavalcanti, em Jardim da Penha. Ela conta que o apoio e as orientações dos profissionais da escola têm sido essenciais para a adaptação do aluno.
Daniel não usa mais fraldas e reconhece o espaço que estuda, o que é um avanço. "Mesmo depois do período de férias, ele se lembrou e não estranhou a escola na volta às aulas. A diretora permitiu que eu o levasse algumas vezes à escola mesmo nas férias para manter o contato e deu certo".
Bilíngues
Dos 49 Cmeis da rede de ensino de Vitória, dois são bilíngues, e das 53 Emefs, cinco, atendendo aos alunos surdos ou com deficiência auditiva. Nesses espaços, há professores/instrutores de Língua Brasileira de Sinais (Libras) que são surdos, além de professores bilíngues e tradutores e intérpretes ouvintes. Para além da formação básica exigida, é fácil identificar profissionais com pós-graduação, mestrado e doutorado.
Os Cmeis Denizart Santos, na Ilha do Príncipe, e Jacyntha Ferreira de Souza Simões, em Goiabeiras, são referência no município no atendimento a crianças surdas e com deficiência auditiva. A coordenadora de Formação e Acompanhamento de Educação Especial, Ana Lúcia Sodré, explicou que o aprendizado de Libras se inicia já no primeiro ano de vida. "É surpreendente ver que as crianças já fazem gestos com o dedinho dizendo que querem que troque a fralda".
Diretora do Cmei Denizart Santos, Marilene Coutinho explica que em alguns casos as crianças são filhas de pais com deficiência auditiva, mas, quando não há outros casos na família, o ensino de Libras pode se estender a pais, irmãos, responsáveis e até membros da comunidade.
Informações à imprensa:
Carmem Tristão (ctristao@vitoria.es.gov.br) | Tel(s).: 3135-1000 / 98889-6140 / 98139-7097
Com edição de Matheus Thebaldi
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