No dia 18 de julho de 1908 o presidente do Estado do Espírito Santo, Jerônimo Monteiro, assinou o Decreto nº 135, no qual criava o “Archivo Público Espírito-Santense”. A instituição surgiu como um anexo da Biblioteca Pública e ocupou inicialmente um dos salões do Palácio Anchieta. São 106 anos de história - completados nesta sexta-feira (18) – contada nos diversos documentos que compõem o acervo, tais quais processos, papéis oficiais, cartas, fotografias, negativos, livros, películas, fitas de áudio e vídeo, vinis, microfilmes, mapas e mídias digitais.
Em fevereiro de 1909 Henrique Alves de Cerqueira Lima foi nomeado o primeiro diretor. Em 1910 o órgão foi oficialmente aberto ao público. Ao observar a grande quantidade de papéis Jerônimo Monteiro relatou: “Os compartimentos do Archivo Publico já se mostram deficientíssimos para a guarda dos numerosos documentos a elle remettidos. Cogito de construir prédio apropriado, com espaço sufficiente para melhorar a accomodação desse precioso repositório das nossas tradições.”
Porém, a intenção de viabilizar um espaço próprio só foi concretizada no Governo de Florentino Avidos (1924-1928). A construção de um novo edifício, situado à Rua Pedro Palácios, na Cidade Alta, para abrigar o “Archivo Público” e a Biblioteca Pública Estadual, teve início no ano de 1925, sendo inaugurado em 1926. Ele serviu nos 80 anos seguintes como sede da instituição. Em 1924 assume a direção Moysés de Medeiros Accioly, que exerceu o cargo até 1938. Ele foi pioneiro na implantação de um sistema de qualificação para o acervo e organizou o local com estantes e outros móveis.
Em 1979 a Biblioteca Pública Estadual foi transferida para a Praia do Suá. O Arquivo Público passa a ocupar todo o imóvel. Mesmo com a separação, o prédio mostra-se insuficiente para atender a crescente demanda pela guarda de documentos e apresenta também problemas na estrutura física. Em 2011 a instituição mudou-se para um novo local à Rua Sete de Setembro, no Centro de Vitória.
A sede atual do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) também é repleta de história. O seu projeto seguiu o desenvolvimento urbano e a expansão dos serviços públicos da cidade de Vitória. No início do século XX o presidente do Estado, Jerônimo Monteiro, autorizou a construção do edifício para abrigar parte dos serviços de abastecimento de água e a convertedora de energia elétrica gerada pela Usina do Rio Jucu.
Em 1927 a usina é adquirida pela Companhia Central de Força Elétrica (CCBFE), que em 1968 tornou-se a Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa). O aumento da demanda por eletricidade obrigou o Governo de Florentino Avidos a substituir a antiga convertedora por uma usina a diesel. Na garagem funcionava a oficina de bondes da CCBFE, que fornecia energia para o sistema de transporte urbano. No local eram feitos os serviços de fundição, mecânica, carpintaria, ferraria e pintura dos bondes, até a desativação em 1965.
No APEES o pesquisador tem acesso a diversos documentos. São manuscritos originais, datados desde 1768, que trazem informações sobre os índios, os primeiros colonizadores portugueses, os escravos e os imigrantes que entraram no Estado. A instituição possui ainda as cópias digitalizadas dos documentos que estão guardados pelo Arquivo Ultramarino de Portugal, abrangendo o período de 1534 a 1822. No acervo encontram-se também fundos públicos. O “Governadoria” – o primeiro a ser criado, conta com 520 códices e livros, além de correspondências dos governantes do Estado. Entre os demais fundos estão “Agricultura”, “Educação” e “Delegacia da Ordem Política e Social”.
Informações à imprensa:
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo Jória Motta Scolforo 3636-6117/99633-3558 comunicacao@ape.es.gov.br Facebook:Arquivo Público do Estado do Espírito Santo |
sábado, 26 de julho de 2014
Arquivo público completa 106 anos de guarda e preservação da história capixaba
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário