Semob arquivo
Mapa mostra área monitorada pela rede de pluviógrafos em pontos estratégicos da capital
Yuri Barichivich
Defesa Civil esteve reunida com representantes da Prefeitura na tarde desta quarta (27) para traçar ações emergenciais após as chuvas
Em Vitória, as chuvas de 176 milímetros das últimas 24 horas já ultrapassaram a média de precipitação esperada para todo o mês de novembro, que é de 170 milímetros, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O registro de 176 milímetros é de um dos seis pluviógrafos mantidos pela Prefeitura de Vitória para monitorar a precipitação em tempo real.
A rede de pluviógrafos, que estão instalados em pontos estratégicos de Vitória, registra a quantidade de chuva precipitada em seis áreas da cidade. A cada cinco minutos, os equipamentos enviam de forma automática os índices para um banco de dados, que é controlado e acessado remotamente, inclusive com acesso via web.
A quantidade de chuva precipitada a cada hora é importante para avaliar o grau de risco de deslizamentos em cada um dos bairros da cidade. Essa avaliação também é automática e o status da área muda de normal para estado de alerta. Assim, a Defesa Civil e todas as secretarias responsáveis pelas áreas de contenção de encostas, drenagem urbana e ocupação em área de risco entram com ações preventivas para evitar, prevenir ou minimizar os efeitos das chuvas.
Esse monitoramento acontece 24 horas, durante todos os dias do ano, com o trabalho do Projeto Mapenco, que faz o mapeamento das áreas de risco geológico-geotécnico e o monitoramento das encostas de Vitória.
Reunião
A Prefeitura de Vitória realizou na tarde desta quarta-feira (27) uma reunião para planejar as ações emergenciais para evitar acidentes por conta das fortes chuvas. As ações foram baseadas em um mapeamento realizado nas áreas mais atingidas, envolvendo sete secretarias municipais: Assistência Social, Habitação, Obras, Desenvolvimento da Cidade, Meio Ambiente, Gestão Estratégica e Serviços.
As ações já começam a ser realizadas nesta quinta (28), com retiradas de árvores, limpeza e remoção de famílias.
Monitoramento
O trabalho de monitoramento é coordenado pela Secretaria Municipal de Obras (Semob), que elaborou e monitora o Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) e o Plano Diretor de Drenagem Urbana do Município de Vitória (PDDU). Veja como a Prefeitura de Vitória atua na prevenção de deslizamentos e o que você pode fazer para contribuir clicando aqui.
A Semob é responsável ainda pela execução das obras indicadas por esses dois planos, como as contenções de encostas e a ampliação, manutenção e limpeza das redes de drenagem da cidade, assim como a operação das estações de bombeamento de águas pluviais. Saiba como funcionam as estações de bombeamento de águas das chuvas em Vitória clicando aqui.
Os engenheiros da Semob monitoram o ano inteiro a rede de drenagem da capital e determinam a realização de ampliações, reparos e limpeza nas redes. Obras de contenções de encostas foram concluídas, algumas estão em andamento e mais intervenções serão licitadas. As intervenções na drenagem da cidade são apontadas pelo PDDU e acontecem nas redes de macrodrenagem (galerias) e redes de microdrenagem (tubulações com diâmetro abaixo de 60 centímetros).
Vitória tem 480 quilômetros de vias, a maioria com rede de drenagem. Oito gerências regionais da Semob fazem a manutenção delas, substituindo as maninhas que eventualmente rompem com o peso do tráfego de veículos.
Limpeza
A Prefeitura mantém um contrato de limpeza das redes de microdrenagem, no valor de R$ 3,1 milhões anuais. Entre o dia 1º de janeiro de 2013 e esta quarta (27), as equipes de limpeza realizaram 6.580 desobstruções nas redes. Esse trabalho é realizado pelos caminhões desentupidores, que atuam pontualmente onde é identificada a obstrução das redes com diâmetro inferior a 60 centímetros.
No mesmo período, a Secretaria Municipal de Serviços (Semse) limpou 40 mil bueiros. A limpeza é realizada de 20 em 20 dias, sendo retiradas mensalmente cerca de 50 toneladas de resíduos nessa ação. Dessa maneira, evitam-se problemas de alagamentos por causa de entupimento de bueiros. Mesmo assim, a Semse destaca a importância de os cidadãos não jogarem lixo no chão, pois o plástico, o papel ou qualquer outro resíduo acumula no bueiro e provoca pontos de alagamentos em épocas de chuva.
As redes de macrodrenagem (galerias) recebem a mesma atenção, afinal é para essas redes que as águas seguem após entrarem no sistema pelos bueiros. As galerias são limpas periodicamente. Em 2013, galerias inteiras foram totalmente limpas, como as existentes abaixo do leito das seguintes vias: José Farias (que recebe as águas da Leitão da Silva e as encaminha para a estação de bombeamento Doutor Antônio da Silva Pinto); e Ormando Aguiar (responsável por drenar parte dos bairros Romão, Cruzamento e Fradinhos e as galerias existentes nas avenidas Paulino Muller e Alberto Torres, que recebem as águas dos bairros Cruzamento, Romão e Forte São João).
Drenagem
Mas a administração municipal não atua só na limpeza e manutenção de galerias. A Prefeitura de Vitória segue as diretrizes do PDDU, que prevê intervenções estruturais em 29 das 98 bacias de drenagem da capital.
Obras necessárias para a drenagem da cidade já foram realizadas. Essas intervenções estruturais já aconteceram nas bacias de drenagem dos bairros Jardim Camburi, Mata da Praia, Morada de Camburi, República, Caratoíra, Jabour e Joana D'Arc. Foram ampliadas e reformadas as galerias da avenida César Hilal, da rua Jair Etiene Dessaune (1ª etapa), da rua Ormando Aguiar e da rua José Farias.
Semob GR 8
Bacia de drenagem do bairro Jardim Camburi já recebeu obras para evitar os constantes alagamentos na região
Elizabeth Nader
Rua das Palmeiras, em Itararé, está recebendo obras de macrodrenagem da Grande Maruípe
Obras em andamento
Intervenções importantes continuam em andamento. Na maior bacia de drenagem da capital, a bacia Cândido Portinari, estão sendo investidos R$ 49,5 milhões, beneficiando diretamente mais de 17 bairros da Grande Maruípe, onde residem 77 mil moradores.
A obra foi planejada dividindo o sistema de drenagem da região em três etapas: Trecho 1 (vai da avenida Leitão da Silva até o Horto de Maruípe), Trecho 2 (vai do Horto de Maruípe até o bairro Fradinhos) e o reservatório de águas pluviais, com capacidade para 20 milhões de litros de águas das chuvas, obras a serem integradas à estação de bombeamento Doutor Antônio da Silva Pinto.
Estão em andamento ainda obras de drenagem nas poligonais do Projeto Terra: Poligonal 1 (bairros Consolação, Itararé, Bonfim, Bairro da Penha e São Benedito); Poligonal 2 (Forte São João, Cruzamento e Romão); Poligonal 3 (Piedade, Fonte Grande, Santa Clara e Moscoso).
Obras projetadas
Tramita em Brasília (DF) uma carta consulta para viabilizar recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para projetos de drenagem nos seguintes sistemas: Praia do Canto; Inhanguetá/Estrelinha/Grande Vitória/Universitário; Bento Ferreira e Santo Antônio.
A Secretaria Municipal de Obras está iniciando a elaboração de projetos para as bacias de drenagem nos bairros Ilha de Monte Belo, Ilha de Santa Maria, Forte São João, Cruzamento, Jucutuquara, Romão e Fradinhos.
Encostas
A Secretaria de Obras já concluiu as 14 obras emergenciais de contenção de encostas realizadas em função de deslizamentos de terra provocados pelas fortes chuvas em março deste ano. Elas são resultado da decisão do prefeito Luciano Rezende de priorizar as intervenções para evitar novos deslizamentos de terra, como o que ocorreu na rua Barão de Monjardim, no Centro, no dia 19 de março. O acidente aconteceu por ocasião de uma chuva de 260 milímetros em apenas 24 horas, sendo que a média histórica mensal para o mês de março é de 89 milímetros.
Todas as áreas onde acontecem as obras emergenciais estavam catalogadas no Mapeamento de Risco da cidade como de "risco médio" e, após as fortes chuvas, passaram para "risco muito alto" sem apresentar qualquer indício de perigo. No dia seguinte ao deslizamento na Barão de Monjardim, o prefeito determinou uma revisão completa do documento e decretou estado de emergência na capital. A medida possibilitou a contratação emergencial das obras.
Técnicos da Defesa Civil e geólogos do projeto Mapenco vistoriaram áreas de risco na cidade e indicaram a necessidade de realizar 14 obras emergenciais, pois os laudos apontaram Risco Muito Alto (Nível 4) de acidentes.
Outras 11 obras de contenção necessárias estão contratadas e serão iniciadas em breve. Nesses locais, não há necessidade de obras em caráter emergencial, pois os laudos não apontam risco iminente de acidentes. Veja como a Prefeitura de Vitória atua na prevenção de deslizamento e o que você pode fazer para contribuir clicando aqui.
Obras concluídas
1. Avenida Tenente Setúbal ponto 1, Bairro São Benedito
2. Avenida Tenente Setúbal ponto 2, Bairro São Benedito
3. Rua José Martins, Bairro Romão
4. Avenida Vitória, escadaria Constantino, ao lado da elevatória da Cesan, Bairro Gurigica
5. Avenida Santo Antônio, escadaria Generio Sodré, Bairro Ariovaldo Favalessa
6. Rua Otílio João Fernandes, Beco 2, Bairro Bonfim
7. Rua Barão de Monjardim, no Centro
8. Beco Alto Belo 2, Bairro Conquista
9. Rua Santa Rita de Cássia - Bairro de Lourdes
10. Escadaria Maximiliano Pacine, Bairro Alagoano
11. Avenida Santo Antônio, escadaria Margarida Gadiole, Bairro Ariovaldo Favalessa
12. Rua Joaquim Tavares da Silva, Bairro Fradinhos
13. Avenida Marechal Mascarenhas de Morais, Bairro Jesus de Nazareth
14. Barão de Mauá, atrás da Faesa, Bairro Jucutuquara
Obras em andamento
1. Rua Francisco Rúdio, Jucutuquara
2. Avenida Tenente Setúbal, beco Tenente Setúbal 1, Bairro São Benedito
3. Rua Paulino Müller, Bairro Bento Ferreira
4. Parque Fonte Grande
5. Escadaria Maria Rosa da Silva, Bairro Jesus de Nazareth
6. Avenida Tenente Setúbal, Bairro São Benedito
7. Avenida Vitória, Bairro Jaburu
8. Avenida Leitão da Silva com Rua Desembargador Gilson Mendonça, Bairro Jaburu
9. Rua José Malta, Bairro Fradinhos
10. Avenida Santo Antônio com Escadaria Professor Alfredo Figueiras, Bairro Alagoano
11. Escadaria Ilma de Deus, Bairro Forte São João
População também contribui
Em 2011, cerca de 350 moradores de 21 bairros de Vitória foram capacitados para atuar na prevenção de desastres em áreas de risco da capital. Eles são voluntários que integram os Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudec's). Além de ter papel fundamental na prevenção de desastres, os voluntários auxiliam a Defesa Civil Municipal em caso de ocorrências em áreas de risco.
Introdução aos estudos de risco geológico e monitoramento, combate a incêndio e primeiros socorros são algumas das disciplinas do curso de capacitação, que dura nove meses.
Matéria relacionada
Yuri Barichivich
Encosta da rua Barão de Monjardim, no Centro, recebeu obras de contenção
Yuri Barichivich
Semob já está monitorando o desabamento que aconteceu na escadaria Ilma de Deus, no Forte São João
Com edição de Matheus Thebaldi
Informações à imprensa:
Marcus Monteiro (mmonteiro@vitoria.es.gov.br)
Tel(s).: 3382-6627 / 98889-5529
Saiba mais sobre Obras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário