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Livro de David Nemer retrata a relação entre as comunidades mais carentes da capital e o uso da tecnologia nos telecentros
A utilização dos telecentros em 20 pontos espalhados por Vitória vai além do uso cotidiano da internet por parte de moradores que acessam a rede por razões mais diversas e também revela algumas surpresas.
Aluno de doutorado em Informática da School of Informatics and Computing, em Indiana University, nos Estados Unidos, o capixaba David Nemer usou a estrutura do telecentro de São Benedito e da Casa Brasil para escrever o livro "Favela Digital – O outro lado da tecnologia". Para desenvolver seu trabalho, o estudante percorreu durante seis meses ruas e favelas de Vitória.
A publicação será lançada nesta quarta-feira (2), às 19h30, no Pátio Praia, na Praia do Canto, e traz 12 fotos, além de textos. Também haverá uma exposição que poderá ser vista até o dia 13 de outubro no mesmo lugar. A exposição seguirá para a Itália, a Alemanha, a Inglaterra, a África do Sul e os Estados Unidos.
O livro é o primeiro, no aspecto literário, a relatar e retratar a relação entre a favela e a tecnologia numa área temática inédita em Vitória. Foi um vasto campo de estudo e análise nas pesquisas do autor.
Ateliê de Ideias
Segundo David, conviver com outros usuários de telecentros nos bairros que compõem, principalmente, a Poligonal 1 foi fundamental no desenvolvimento de sua dissertação. Ele disse que o objetivo central foi analisar a rotina de pessoas de baixa renda, suas expectativas e como elas utilizam os recursos tecnológicos no dia a dia.
Samira Gasparini
Telecentro busca inserir a comunidade, o trabalhador, o empresário e o empreendedor na sociedade da informação através de computadores com internet
A obra, uma etnografia, revela em fotos e depoimentos as questões sociais da tecnologia e o seu uso nos bairros Itararé, São Benedito, Jaburu, Consolação, Bairro da Penha e Gurigica. O livro, que é bilíngue (português e inglês), conta com 60 registros feitos no mês de agosto pelo autor e por jovens fotógrafos da Varal Agência de Comunicação – ponto de cultura localizado em Itararé que pertence à ONG Ateliê de Ideias.
"Foi revelador, surpreendente e verdadeiro. A utilização dos telecentros permitiu o necessário convívio com comunidades ricas, muitas vezes sofridas, mas cheias de história e em busca de valorização. Uma realidade que serviu de ensaio, cenário e onde pude me aprofundar para finalizar meu trabalho de forma sustentada e com amostragem e base científica", defendeu o autorm que é bacharel em Ciência da Computação e Administração.
Mundo
Segundo o secretário de Turismo, Trabalho e Renda de Vitória, Leonardo Krohling, os telecentros podem fazer a ligação dos usuários com o mundo. A rede mundial de computadores, destacou Krohling, oferece informações que, sendo utilizadas adequadamente, revelam grandes oportunidades aos usuários.
"A história de David mostra claramente como o interesse, uma boa ideia e a adequada estrutura permitem grandes conquistas. Há toda uma rica ambiência também em torno dos telecentros que foi percebida pelo estudante, que, com sua sensibilidade, levará suas história, sua percepção e belos registros a vários cantos pelo mundo", afirmou.
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