Elizabeth Nader
Consultório na Rua presta atendimento nos locais de permanência das pessoas em situação de rua
Profissionais capacitados fazem abordagens e tentam convencer as pessoas a aceitar os serviços do "Onda anda você"
O Consultório na Rua, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus), é um dos desdobramentos do programa "Onde anda você", implantado há nove meses e que já acolheu 170 pessoas que viviam em situação de rua em Vitória.
Para atender as pessoas de forma mais eficaz e ágil, a Semus ampliou de uma para quatro o número de equipes de trabalho, que se dividem para atuar das 8 às 24 horas, de segunda a sexta-feira, pelas ruas e avenidas da capital. De janeiro a julho deste ano, a ação atender 517 pessoas.
São enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, motoristas e auxiliares de enfermagem que foram capacitados para atuar no programa, que consiste em um trabalho muito complexo, a começar pela delicada abordagem e pela criação de um vínculo de confiança com essas pessoas, passando pela persistência na oferta do serviço até o início de um tratamento efetivo.
O Consultório na Rua realiza um trabalho de atendimento aos cuidados básicos de saúde específico para os moradores de rua, muitos deles usuários de crack e outras drogas. O atendimento é feito em seus locais de permanência pelas equipes itinerantes.
Também são realizadas ações de educação em saúde, através de oficinas. Quando necessário, essas pessoas em situação de rua são encaminhadas para outros serviços da rede municipal, como atendimento nas unidades de saúde, no Centro Municipal de Especialidades (CME), no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPSAD) ou em qualquer outro serviço de referência.
A implantação do programa "Onde anda você" envolveu muita pesquisa, análise, observação e planejamento de várias secretarias, entre elas, Saúde, Assistência Social, Cidadania, Educação e Gestão Estratégica, que, juntas, reúnem ações bem articuladas e divididas em quatro etapas: acolhimento, encaminhamento, integração e inserção social.
"Desde o início, a orientação é de que tivéssemos ações acolhedoras, humanas, respeitosas e que pudessem compreender o drama de pessoas que, por algum motivo, seja ele por uso de drogas, às vezes agressão na família, perda do emprego ou distúrbios mentais, rompeu o elo familiar. Cada uma dessas pessoas é conhecida em sua integralidade e cadastrada por nós. Sem esse trabalho de acolhimento humanizado não teríamos alcançado esse resultado", disse o prefeito de Vitória, Luciano Rezende.
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