domingo, 18 de novembro de 2012

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR, PROGRAMA EXEMPLAR E QUE PODE SER AMPLIADO.



Tenho ainda na memória algumas reportagens que falavam da merenda escolar que as crianças de todo Brasil recebiam, quando matriculados na rede pública. Era de péssima qualidade e rendiam grandes manchetes e espetaculosas reportagens, com justa razão.
Mas no ano de 2010 uma nova situação passou a acontecer com a mudança fundamental no programa, que até o nome foi mudado, de merenda passou para alimentação escolar.
A mudança aconteceu não apenas na nomenclatura, na essência do programa. Mas antes de falar neste ponto é importante dizer que o Governo Federal faz um repasse por aluno matriculado na base R$ 1,00 por matrícula em creche, R$ 0,50 na pré-escola, R$ 0,60 em escola indígena e quilombola, R$ 0,30 para matrícula no ensino médio, fundamental e educação de jovem adulto e R$ 0,90 ensino em tempo integral. Para este ano em todo Brasil a previsão é de um gasto de R$ 3,3 bilhões para atender 45 milhões de indivíduos.
Este esquema é na realidade um projeto que atua na vertente do produtor rural, porque faz a indicação de que o Poder Público Estadual e Municipal deve obrigatoriamente comprar no mínimo, isto é no mínimo, 30% da agricultura familiar organizada em associação ou cooperativa. O valor de remuneração tem agradado aos produtores que dele  participam.
A possibilidade de se ter uma renda certa – hoje cada produtor tem a possibilidade de vender até R$ 20 mil por ano, a venda máxima era de R$ 9 mil- é uma garantia para a continuidade de continuar no campo  e evitar o êxodo rural com as suas consequências danosas para toda sociedade.
Um outro dado que temos de levar em consideração é que muitos produtores que participam pela primeira vez como fornecedores de frutas e hortaliças, melhoram a alimentação da própria família e podem gerar excedentes de produção que podem ser vendidos nas cidades do seu entorno.
Um outro ponto é com relação ao beneficiário direto: as pessoas matriculadas na escolas e creches, que passam a receber uma alimentação de melhor qualidade e de importância na sua formação. Uma criança bem alimentada na escola é uma economia na sua família.
Neste ano estavam matriculados nas escolas ligadas às prefeituras capixabas em torno de 500 mil pessoas. É bem verdade que as prefeituras estão no programa da forma atual há apenas três anos. O Governo do Estado passou a fazer a mesma prática no início deste ano, não em toda rede total, que tem 285 mil matriculas.
Um avanço no percentual mínimo de aplicação de 30% vai constituir uma maior circulação de dinheiro nos municípios, evitando assim que uma evasão para outros estados e para empresas poderosas.
Os próximos prefeitos e prefeitas poderiam olhar com carinho e inteligência a alimentação escolar. O Governo do Estado somente no próximo ano vai passar a atender a todos os municípios. Eu já ouvi da boca do Governador Renato Casagrande que ele tem como meta e objetivo comprar 100% da agricultura familiar.
Eu queria ter na memórias reportagens mostrando a realidade da alimentação escolar dos nossos dias. Isto que é sustentabilidade numa sociedade tão discriminatória e desigual como a nossa. Um passo, um grande passo foi dado, mas a caminha é longa. Mas vale a pena faze-la.

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