O jornal Diário da
Manhã, Orgão Oficial do Governo Capixaba, em 21 de junho de 1911, faz o
registro que creio ser o mais antigo onde o café conilon é mencionado.
Este texto é a certidão de adoção do café conilon
pelo Espírito Santo, sendo o Governador Jeronymo de Souza Monteiro seu tutor e
condutor nos seus primeiros dias na terra capixaba. Abaixo o texto na sua
íntegra:
CAFÉ CONILLON
O Sr. Dr. Presidente do Estado recebeu da fazenda de
Santa Alda, Minas Gerais uma amostra do excelente café “Conilon”, do qual s.
Exa. Deseja adquirir sementes para distribuir aos lavradores do Estado.
A árvore “Conillon”
produz, assombrosa porcentagem, e em
prazo curto, colhendo agricultor em dois
anos os primeiros fruto da apreciada “rubiácea”.
Preferindo os terrenos
seccos, o “Conillon”, dá-se bem, produzindo vantajosamente nos terrenos
estéreis que são, entre nós, comumente abandonados ou condemnados ao domínio do
“sapé’’ e do “camará”.
A amostra recebida
pelo Chefe do Estado e que tivemos ocasião de admirar é uma recomendação
excelente da referida árvore, rainha dos
terrenos secos, como a denominaram.
Grande e relevante
serviço prestará sem dúvida ao Estado o eminente Sr. Dr. Jeronymo Monteiro,
iniciando aqui a cultura do café “Conillon”.
HISTÓRIA QUE SEGUE
O segundo texto que fala sobre o conilon é datado de
9 de janeiro de 1912, também no Diário da Manhã, já registrando que as mudas e
sementes estavam já a disposição da classe rural. Até aqui imaginava-se que o
conilon havia chegado em 1912, mas o texto de 21 de junho muda a certidão.
- O governo do Estado fez há pouco acquisição de duas mil mudas
e cincoenta litros de semente de café Conillon, que sobre dar um producto
reconhecido como excellente por todos aqueles que delle fizeram plantações, tem
ainda a enorme vantagem de produzir com a mesma facilidade em terrenos sáfaros,
em terrenos de pasto, já fatigados do plantio do café ou mesmo já tendo servido
a outras plantações.
- Essas mudas e sementes encontram-se em parte na fazenda modelo
deste Estado, em parte em poder do Sr. Coronel Marcondes Alves de Souza,
em Cachoeiro de Itapemirim e do Sr. Coronel João Lino da Silveira,em S. Pedro
do Itabapoana.
- Os srs. Agricultores que quizerem dele fazer acquisição
deverão se dirigir à directoria de agricultura, terras e obras do Estado,
ao Sr. Coronel Marcondes Alves de Souza, em Cachoeiro de Itapemirim, e ao Sr.
Coronel João Lino da Silveira em São Pedro do Itabapoana.
- A distribuição dessas sementes e mudas será gratuita,
obrigando-se porém os senhores lavradores que as receberem a dar ao governo do
Estado notícias sobre o desenvolvimento da respectiva cultura, e mais tarde
fornecerem por sua vez a outros lavradores algumas sementes do mesmo café.
FESTA ERRADA?
Um amigo ao lhe relatar que o conilon esta completando 101 anos
e não 100, neste ano, me perguntou:
-Mansur, estão tem muita gente indo em festa de centenário que
já passou, que já aconteceu?
Em resposta lhe disse que todos chegaram para a festa com um ano
de atraso, mas vale a pena comemorar a chegada do conilon e o seu valor para
toda nossa economia.
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