No começo da década de 70 a Malharia Helena progredia a passos largos. Isso se deveu as Escolas Polivalentes que surgiram em todo o estado. Só em Cachoeiro foram três. Nosso trabalho junto a Secretaria da Educação (SEDU), prosperou. Conseguimos firmar contrato com oito delas e com dois outros grandes colégios de nossa cidade. Esse sucesso incomodou ao comércio cachoeirense. Reuniram-se os comerciantes e pressionaram a Associação Comercial para impedir o avanço da Malharia. Nós também fazíamos parte dos associados. Marcaram uma reunião para tratarem do assunto que revoltava os comerciantes. Ricardo Marcondes, nosso amigo e colaborador, compareceu para nos representar. O que se viu e ouviu nos foi relatado por nosso representado. O maior comerciante de calçados, o Senhor Guilherme Guimarães, chorou ao microfone dizendo que o comércio passava por uma crise sem precedentes e eles não aceitavam que todos os colégios concentrassem suas compras em um só lugar. A campanha contra a Malharia era fomentada através de jornais e rádios. Jornalistas se acotovelavam as nossas portas na tentativa de conseguir uma entrevista. E eu as concedi. Ainda guardo jornais da época. Fomos muito perseguidos e respondemos a alguns inquéritos. Acusaram-nos de pagar porcentagem e políticos foram acionados de ambos os lados. Emissário do Secretario da Educação veio nos procurar para apurar a denúncia. Não conseguiram comprovar nada, até porque isso nunca existiu. As manchetes dos jornais continuavam a falar no assunto. Nesse ínterim, fomos procurados por diretores da Associação Comercial que me ofereceram bilhetes de rifa de um carro zero kms. Sofrendo aquela campanha ferrenha, comprei logo dez bilhetes com o fim apaziguar as hostilidades. Algum tempo depois, acho que num Domingo, o telefone tocou na minha casa. Era da Associação Comercial. A Malharia Helena foi a ganhadora do carro zero...um TL amarelo. Ironia do destino!
Abraços fraternos
Helena
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