Muitas cartas serão postas aqui, com a devida anuência do remetente. Cartas de amor, cartas de gratidão, cartas de advertência, todas as cartas que tenham cunho de exemplo e beleza. Aqui vai a primeira. Minha filha Gildinha escreve para Giselda, filha do saudoso Iltinho Machado. Com isso faço, aqui, uma justa homenagem a esses dois homens, seres humanos da melhor espécie - ILTON MACHADO e ILTINHO MACHADO.
Querida Giselda,
Apesar de não ter tido convivência nenhuma com você, gostaria de pegar "carona" neste e-mail para lhe expressar a minha gratidão e amor pelo tio Ilton e pelo seu pai. Se você apreciou as estórias de mamãe e sentiu-se orgulhosa pelo seu pai e seu avô, gostaria de te dizer da minha expressão de amor e gratidão para com os dois. Se papai sobreviveu ao tiro, foi por causa de tio Ilton, pois mamãe não tinha condições, alguma, de pagar hospital. Papai não tinha plano de saúde, e o tio Donato atirou para matar e não para pagar conta de hospital.
Nossa família teve um tio Donato e poucos sabiam dos detalhes que mamãe agora expressa em sua narrativa. Mas teve homens como tio Ilton e Iltinho que trouxeram paz e o mais importante para mim, ficaram do lado do meu pai no momento que a gente mais precisava. E eu sou, eternamente, grata por eles terem ficado do lado de meu pai e não do lado de tio Donato. Eles o conheciam.
Uma vez eu passando bem em frente ao edifício Primus, avistei o tio Ilton e lhe abracei e com a voz embargada eu disse – "Tio, eu amo o senhor! Eu amo o senhor e sou grata por tudo o que o senhor fez por minha família!” Acredite ou não…ele olhou para mim emocionado.
Não foi só socorrer minha família num momento trágico, teve uma vez que mamãe pediu dinheiro emprestado a ele para comprar presentes de natal para os filhos. Ela não tinha. A situação estava muito difícil na época. Tio Ilton não pensava duas vezes e nos acudia.
Quanto ao seu pai, ele brincava comigo quando eu ia passear em Cachoeiro dizendo – "Gildinha, não volta para os Estados Unidos não pois estou preparando uma festa para reunir a família". Ele também sabia do meu amor e carinho por ele. Mas para não deixar dúvidas, quando ele estava nas últimas fui visitá-lo na Santa Casa, e ao me ver ele surpreso disse – "Gildinha, o que você está fazendo aqui???"
Eu respondi – "Eu vim te ver, eu vim pois eu quero que você saiba o quanto você é especial para mim"! E ele respondeu "Se eu sou especial para você eu não sei, mas você é muito especial para mim!”. Continuei ali no quarto conversando com a viúva de Alexandre. Iltinho perguntou mais duas vezes "Penha, por que a Gildinha veio aqui?” E a Penha respondia –"Ela veio só para te ver”! Enfim Giselda, eu queria compartilhar com você que seu pai e seu avô foram homens muito admirados e amados pela minha família.
Gildinha
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