A Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag)
apresentou nestaterça-feira (20) as primeiras projeções sobre as perdas registradas
nas principais atividades daagropecuária capixaba devido ao forte calor e à estiagem
que atingem o Espírito Santo. Nesta quinta(22) e sexta-feira (23) o secretário
de Estado da Agricultura e técnicos do sistema Seag irãopercorrer alguns municípios
para avaliar algumas situações emergenciais.
Segundo os levantamentos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica
e Extensão Rural (Incaper), que está presente em todos os 78 municípios capixabas,
as perdas nas lavouras de café variam de 20% a 32%; na produção de leite entre
23% e 28% e na fruticultura entre 20% e 30%.
“Esse é um registro bem realista da situação. O Espírito Santo e algumas regiões
do Brasil atravessam uma grave crise hídrica, provocada por diversos fatores. Nesse
momento, mais do que nunca, precisamos de um esforço coletivo para colocar em
prática ações de curto, médio e longo prazo que tenham capacidade de garantir a
preservação e recuperação dos recursos naturais, a reservação e a produção de água
e a mudança nos hábitos da população”, destaca o secretário de Estado da Agricultura,
Octaciano Neto.
Na olericultura, a oferta do tomate já apresenta significativa diminuição na Ceasa.
No dia 5 de janeiro, a entrada do produto na unidade superou 310.7 mil quilos,
enquanto que no dia 19 de janeiro caiu para 229.9 mil kg.
Tomando como base a produção e o faturamento dos produtores rurais no ano de 2014,
o valor das perdas poderão chegar a R$ 1,390 bilhão (R$ 960 milhões cafeicultura –
R$ 300 milhões fruticultura – R$ 130.7 milhões pecuária de leite).
O Governo do Espírito Santo mantém um grupo de trabalho atuando para apresentar
alternativas capazes de amenizar os impactos e prejuízos aos produtores rurais capixabas.
Ações em curso:
1. Articulação com Defesa Civil Estadual para auxiliar os municípios na montagem
do processo pedindo reconhecimento da situação de emergência/calamidade;
2. Encaminhamento com as instituições que operam crédito agropecuário no Espírito
Santo (Banco do Brasil, Banestes, Bandes, Banco do Nordeste, Caixa, Sicoob e
Cresol) para discutir prorrogação e renegociação de dívidas e abertura de novas
linhas de crédito para os agricultores e pescadores;
Cabe ressaltar que periodicamente o Governo do Estado, por intermédio do sistema
Seag e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama),
disponibiliza ações de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, projetos e
programas direcionados aos produtores rurais capixabas para otimizar o uso dos
recursos naturais. Dentre eles, os principais são:
- Tecnologias eficientes de irrigação e condução das lavouras e criações;
- Variedades de plantas mais resistentes a pragas e doenças e à seca;
- Programas de recuperação florestal e ambiental e “produção” de água (Reflorestar,
Pagamentos por Serviços Ambientais), onde os produtores rurais recebem recursos
financeiros, capacitação, mudas e os insumos necessários para manter e
promover a recomposição florestal na propriedade, ampliar a oferta d’água
(proteção das nascentes) e adequar a produção em sistemas que aliem produção
agropecuária, preservação e recuperação ambiental no mesmo espaço.
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