segunda-feira, 30 de junho de 2014

CAPIXABA FAZ TESE DE DOUTORADO SOBRE AGRICULTURA FAMILIAR NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

                    -INSERÇÃO DE PRODUTORES RURAIS FAMILIARES DE REGIÕES COM BAIXA DINÂMICA PARA O MERCADO DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR.

                     Este o é o título da tese de Doutorado do capixaba de Alfredo Chaves, Armando Fornazier, defendida na Unicamp, Campinas, São Paulo, no início deste ano. O Estudo envolveu municípios de São Paulo e do Norte do Espírito Santo, nos dois primeiros anos em que os recursos da Alimentação Escolar vindos do Governo Federal obrigatoriamente tivesse 30% do seu total destinados a compras da Agricultura Familiar. O estudo foi baseado nos anos de 2010 e 2011.

                      O trabalho de Armando Fornazier que é considerado como de grande importância na inter relação entre a Agricultura Familiar e o Poder Público, mostra o programa por duas vertentes:
                     
                       1- DIFICULDADES PELO LADO DOS AGRICULTORES FAMILIARES.
                       2- DIFICULDADES PELO LADO DAS PREFEITURAS.

                       O Programa de Alimentação Escolar implantado inicialmente nas Prefeituras em 2010, já em 2012 passou também a ser adotado na rede pública do Estado. A seguir vamos ver os pontos principais mostrado por Fornazier do ponto dos Agricultores.


                         DIFICULDADES PELO LADO DOS AGRICULTORES FAMILIARES.

                        1-  Pouco acesso a assistência técnica - que é visto como um grande empecilho para alterar padrões de produção, bem como iniciar novas atividades como novos cultivos, pois a falta de conhecimento e orientação faz com que não 'árrisquem'' tanto em começar algo novo.
                        2- Padrões de qualidade irregulares - em algumas épocas do ano não se consegue produzir determinados produtos com os padrões exigidos pelas prefeituras.
                        3- Falta de continuidade na produção e no fornecimento - está relacionada à produção com pouca tecnologia e a oferta depende muito das condições climáticas e isso acarreta alta sazonalidade na produção.
                        4- Falta de sistema de inspeção - o que impede a venda de produtos de origem animal, bem como de produtos processados.
                        5- Embalagens inadequadas - ocorre nos produtos fracionados como os cereais (feijão, arroz, etc). Falta de embalagens com rotulagem impede a comercialização dos produtos.
                        6- Custos de transporte e logística - para comercializar em mercados mais distantes como as grandes cidades é a dificuldade da logística.
                        7- Falta de documentação - produtores possuem o produto, mas não estão organizados, dessa forma não possuem documentos.
                        8- Organização social - dificuldades dos atores sociais em formarem grupos.

                       DIFICULDADES PELO LADO DAS PREFEITURAS.
                      
                       1- Falta de conhecimento dos profissionais de nutrição sobre produtos e calendário regional - esse problema vem sendo contornado onde os agricultores  ou mesmo as secretárias de agricultura já fornecem a lista de produtos que podem ser ofertados.
                       2- Falta de instalações adequadas para a recepção dos gêneros - para acondicionar em condições ideias e mesmo para realizar algumas etapas de limpeza ou processamento antes da entrega nas escolas.
                      3- Dispersão dos agricultores - estão quase isolados, pois, além da distância, não se tem comunicação como celular e internet na área rural.
                      4- Oportunismo por parte dos agricultores quanto à qualidade dos produtos comercializados - esse problema ocorre na arrumação das cargas com produtos melhores na parte superior de uma caixa e produtos de pior qualidade na parte inferior.
                     5- Dificuldades para o aumento da escala - cabe às organizações diversificar os mercados de atuação e não dependerem apenas do Programa.
                     6- Não inclusão da alimentação escolar, em especial dos produtos regionais da agricultura familiar, como parte do projeto pedagógico do município - a preocupação é apenas comprar, mas ainda não há muitas experiências de incentivo ao consumo de produtos locais.
                     7- Burocracia interna na elaboração das chamadas públicas.
                     8- Pouca articulação com as políticas territoriais.
                     9- Falta de apoio por parte do Conselho de Alimentação Escolar.

                      EM TEMPO
                      Armando Fornazier foi aluno da Escola Família Agrícola de Alfredo Chaves e de Olivânia, cursou parcialmente Pós-Técnico no Ifes de Santa Teresa e Agronomia em Campos, no Rio de Janeiro.




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