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“Essa é a nossa casa! Todo nosso trabalho gira em torno da nossa história, da banda, da culinária e do nosso povo”. É assim que as artesãs de Araçatiba Jane Coutinho, Rosinéia do Nascimento, Alzeniza Gomes, Penha Alves, Renata Gomes e Natália Coutinho falam do Costurart, como casa onde se reúnem para compartilhar a cultura africana e ensinar a história às crianças.
A casa que sedia o artesanato da Comunidade de Araçatiba, em Viana, fica na Rua Antônio Campos, s/n, e funciona atualmente com agendamento de visitas. Ela acolhe com alegria e carinho a todos que a frequentam. Para as artesãs descendentes de quilombolas, trabalhar a história local por meio dos seus produtos é o alvo do Costurart. “Resgatando a história, fazemos algo que valoriza nosso trabalho, criamos um artesanato que expresse o que fazemos e contamos a história de Araçatiba, que é uma das mais importantes do Espírito Santo. Não é só vender o artesanato, é contar nossa história”, conta Jane Coutinho. Para as artesãs que já levaram seus trabalhos a Cuiabá, Salvador, São Paulo, Natal, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e até ao Fórum Social Mundial 2007, em Nairóbi, África, é importante resgatar e contar a história de Araçatiba, e, a partir dos seus produtos, levar a identidade da comunidade para que as pessoas conheçam. Atualmente, são cinco artesãs que colaboram com a produção da casa que funciona com recurso próprio. Na metade de 2013, uma comitiva que tinha representantes de vários países do continente africano veio até Viana para conhecer o trabalho das artesãs de Araçatiba. O artesanato vianense inclui trabalhos feitos com fitas, vagonite, pes ponto, patchwork, tingimento, tai dai e bordados usados para produzir panos, roupas, jogos americano, batas, panos de prato, jogos de banho, panos de cabelo tudo tendo como principal elemento o algodão cru e a juta. Além disso, elas conservam a culinária africana, repassando seus conhecimentos aos mais novos. “Usamos elementos da cultura afro e a simbologia da comunidade, como os arabescos da Igreja de Araçatiba. Conseguimos tudo com muita luta e esforço, nós que pensamos no projeto de ter a casa e o sonho de como iria funcionar”, conclui a artesã. A criação do Costuart A história do Costurart começou em 2006 com um movimento envolvendo 18 mulheres que formavam a Associação Quilombola de Araçatiba (AQUA). Como não tinham sede, se reuniam na escola da comunidade, onde o grupo participou de diversos cursos de artesanato. A equipe de FURNAS veio ao Espírito Santo durante a implantação da empresa de energia com um projeto de Responsabilidade social para trabalhar com as comunidades quilombolas do Estado, onde conheceu a comunidade de Araçatiba e viu nela um Movimento Comunitário de mais de vinte anos. Permanecendo por aproximadamente três anos, o resultado do trabalho surgiu a partir da união da comunidade com a criação do Costurart. Em 2007, o grupo de artesãs comprou uma casa com apoio de FURNAS e, em 2008, inauguraram onde trabalham desde então. Trabalho com as crianças Em 2009, Arca das Letras, projeto social criado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário com o objetivo de implantar bibliotecas para facilitar o acesso ao livro e à informação no meio rural, chegou em Araçatiba e a guardiã escolhida pela comunidade foi a Costurart, que passou a desenvolver o trabalho de dramatização, roda de leituras, contação de história, passeios e piquenique com a criançada da comunidade. “Contamos a história para as crianças para que elas gostem de morar aqui, para que entendam e tenham amor e orgulho de Araçatiba. Assim, nossas crianças sabem a história delas e como lidar com o preconceito”, conta Jane. Serviço Localização: Rua Antônio Campos, s/n, Araçatiba – Viana Funcionamento: Visitas agendadas por telefone Contato: (27) 99877-9928 - Rosineia, (27) 3255-6045 – Auzenia, (27) 99920-8410 – Jane. Email: costurart.araçatiba@gmail.com |
quinta-feira, 26 de junho de 2014
“A nossa casa é Araçatiba!”
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