sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Prevenção de doenças: Saúde orienta população atingida por águas de alagamentos em Vitória


Samira Gasparini
enxurrada provocada pela chuva
O contato com água de alagamentos é responsável por inúmeros problemas ligados à saúde.
O contato com água de alagamentos é responsável por inúmeros problemas ligados à saúde pública, como doenças causadas pela água poluída e até mesmo acidentes com animais peçonhentos. Para ajudar na prevenção dessas doenças, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) dá algumas orientações importantes para as populações atingidas pelos alagamentos.

Animais peçonhetos

Com os alagamentos, os animais peçonhentos são obrigados a sair dos seus esconderijos naturais, procurando abrigo dentro das casas. Evite assustar ou tocar neles, mesmo que pareçam mortos, e procure a Vigilância Ambiental para providências.
Durante as atividades em locais afetados pelo desastre natural, recomenda-se utilizar equipamentos de proteção individual, como luvas, botas, calçados fechados e de estrutura rígida. Também é preciso cuidado na limpeza da casa, como o deslocamento de móveis e outros objetos, pois pode haver serpentes, escorpiões e aranhas nas frestas, superfícies ou cantos.
Em caso de ser atacado por um desses animais, a vítima deve procurar atendimento médico imediatamente; lavar o local da picada com água e sabão, e manter a vítima em repouso até a chegada ao socorro, se possível; não amarrar a parte do corpo acidentada e não sugar ou aplicar qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada; e informar ao profissional de saúde o máximo possível de características sobre o animal, como tipo, cor, tamanho, entre outras.

Água

Uma das medidas mais importantes que podem ser tomadas pelas pessoas atingidas por alagamentos em suas casas, é cuidar da qualidade da água a ser consumida, especialmente aquela destinada para ingestão, preparo de alimentos e higiene. Existem métodos caseiros de purificação da água que podem ser realizados com recursos simples, que deixam a água livre de bactérias, vírus e parasitas que podem causar doenças.
A melhor forma de limpar a água e torná-la apropriada para o consumo humano é filtrá-la e, depois, fervê-la. Para filtrar a água, pode ser usado um filtro doméstico, um coador de papel ou um pano limpo. Depois, é preciso ferver a água.
Caso não seja possível ferver a água, depois de filtrada, a água precisa ser tratada com hipoclorito de sódio (2,5%). Coloque duas gotas do produto em um recipiente com um litro de água e deixe descansar por 15 minutos. Depois disso, a água está pronta para o consumo. Fazer a limpeza da caixa-dágua também é essencial para que se possa garantir que toda a água consumida estará potável.

Leptospirose

A doença é causada por uma bactéria presente na urina de ratos, ratazanas e camundongos, presente na água das enchentes, lama e esgoto. Sua transmissão acontece pelo contato da urina com a pele ou mucosas e seus principais sintomas são febre, dor de cabeça e dores pelo corpo, especialmente na panturrilha. Também são sintomas vômitos, diarreia e tosse. Nos casos mais graves, também podem ocorrer o amarelamento da pele e dos olhos.
As pessoas devem evitar o contato com a água e a lama das enchentes ou esgoto e impedir que crianças nadem ou brinquem nesses locais que podem estar contaminados com a urina de roedores.
Após as águas baixarem e a retirada da lama, o local deve ser desinfetado com água sanitária, lavando pisos, paredes e bancadas. Use duas xícaras de chá (400ml) do produto em um balde de 20 litros de água, e deixe agir por 15 minutos. Só depois disso, faça a limpeza.
As pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com a água e lama contaminados (se isso não for possível, usar plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés).
Para evitar a presença de roedores, deve-se manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados, resistentes e distantes do chão; manter a cozinha limpa e sem restos de alimentos; retirar as sobras de alimento ou ração dos animais domésticos antes de anoitecer; evitar o acúmulo de entulhos e objetos sem uso no quintal e dentro da cozinha; manter os terrenos baldios e margens dos rios limpos e capinados; e guardar o lixo em sacos plásticos bem fechados e em locais altos até a coleta ocorrer.

Alimentos contaminados

Consumir alimentos que entraram em contato com a água ou a lama da enchente pode causar doenças e até mesmo levar à morte. É preciso, portanto, selecionar que alimentos podem ser ingeridos e higienizá-los com cuidado, descartando os que possam colocar em risco a saúde e a vida das pessoas. Em situação de enchentes, deve-se dar preferência a alimentos não perecíveis e evitar legumes, verduras e carnes.
Todos os alimentos que estiverem com cheiro, cor e aspecto fora do normal - úmidos, mofados, murchos - devem ser descartados. Também aqueles que ficaram submersos ou umedecidos, independentemente de apresentarem alterações de aparência e odor, não deve ser consumidos.
Mesmo os alimentos em embalagens de plástico lacradas, mas que tiveram contato com água de enchente (garrafas PET, grãos ensacados), devem ser jogados fora. O mesmo se aplica aos que estiverem acondicionados em latas amassadas, enferrujadas ou semiabertas.
Os únicos alimentos que tiveram contato com a água da enchente e que podem, mesmo assim, ser aproveitados são os industrializados e embalados em vidro, lata, a vácuo ou em caixa tipo "longa vida", que estejam lacrados e em perfeita condição.
Para consumi-los, é preciso lavar as embalagens antes, usando hipoclorito de sódio (2,5%) diluído em água - duas colheres de sopa do produto para cada litro de água. Feito isso, é só lavar as embalagens com a mistura.
Quando não houver geladeira, preparar somente os alimentos que serão consumidos nas próximas duas horas, para que não haja risco de os alimentos estragarem ou serem contaminados. Os recipientes que serão usados no acondicionamento de alimentos para consumo também devem ser higienizados.
Com edição de Deyvison Longui

Informações à imprensa:

Tel(s).: 3382-6130 / 6129 / 8889-5572

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