Foto: Yasa.org
Najib Mikati, Primeiro Ministro Libanês, anunciou na noite da última sexta-feira (22), sua renúncia ao governo numa entrevista coletiva no Grand Serail, horas depois da suspensão presidencial das sessões do gabinete que dividido não conseguiu aprovar uma comissão para supervisionar as eleições parlamentares previstas para junho, e chegar a um acordo sobre a prorrogação do mandato do chefe de segurança interna, o major-general Ashraf Rifi, que deve se aposentar no próximo mês.
O Hezbollah, que domina o parlamento, considera Rifi um inimigo e disse que não vai apoiar a extensão. A renúncia de Mikati precisa ser aceita pelo presidente Michel Sleiman, que ainda não se pronunciou sobre o caso, antes que a renúncia se torne oficial. A renúncia veio também após o segundo dia consecutivo de confrontos intensos em Trípoli, por opositores e defensores do regime sírio.
O Primeiro Ministro pediu ainda, para que um diálogo nacional fosse criado, visando formar um novo gabinete no intuito de resgatar o país da crescente crise política que assola o Líbano, dizendo que não há salvação para o país, a menos que haja um diálogo capaz de abrir caminho para a formação de um governo de salvação.
Najib Mikati, muçulmano sunita de Trípoli, assumiu o cargo de Primeiro Ministro em 2011, após o movimento xiita Hezbollah, e seus aliados, terem derrubaram o governo de Saad Hariri, filho do ex-primeiro ministro Rafic Hariri, que foi assassinado em 2005.
Durante os seus dois anos de mandato, Mikati tem tentado isolar o país da guerra civil do país vizinho, a Síria, o que aprofundou os libaneses em suas próprias tensões sectárias, que têm levado grupos de oposição do norte de Trípoli a travarem uma batalha sem fim nas ruas da cidade.
A guerra na Síria e o intenso afluxo de 1 milhão de refugiados sírios espalhados por todo o Líbano, têm causado turbulências no próprio país, que gerou uma forte queda na economia, e um aumento de 67% em seu déficit orçamentário, no ano passado.
CLAUDINHA RAHME
Gazeta de Beirute
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