domingo, 28 de agosto de 2016

A DEMOCRACIA NÃO É APENAS UM CONCEITO POLÍTICO - por Jorge Kuster Jacob Jorge Kuster Jacob

Começa o período de campanhas políticas municipais. A palavra democracia surgiu na
Antiga Grécia, 4 000 anos a.C. e originalmente significa “demos=povo” + “cracia
=poder”: “Poder do povo”. Os gregos, principalmente da cidade-estado de Atenas
tinham a praça como local público de votar leis, votar em lideranças, escolher obras
públicas e tudo que seria útil a população. Usar a tribuna.  Mas tinha um detalhe, só
votavam maiores de 18 anos e homens. Mulheres e escravos não votavam. Mas para o
contexto político e cultural da época era um enorme avanço. Uma vez que existiam
estados-cidades, onde o poder emanava de Deus (teocracia); só dos ricos
(aristocracia) ou de um rei (autocracia) ou ainda imposto pelas armas (tirania). Então,
para época era um avanço. Durante a história em muitos lugares era considerado
cidadão o homem branco, o proprietário de terra, letrados, adultos. Nativos, escravos,
negros, jovens e mulheres conquistaram estes direitos a pouco tempo.

Hoje em alguns lugares mais avançados do mundo, onde a qualidade de vida e os
direitos humanos avançaram já temos uma ideia de democracia ideológica ou
conceitualmente muito avançada. Democracia não é somente votar e ser votado
(esfera política). A democracia nesses lugares avançados já se aplica também nas
esferas: econômica (democratizar também oportunidades de trabalho, leis
trabalhistas, salários e bens, reforma política e agrária), social (participar de leis
que tratam da vida privada como a sexualidade, reprodução, aborto, pena de
morte e eutanásia), cultura( definir qual cultura contribui com seu
desenvolvimento local, sustentável, popular, tradicional, étnica), lazer e
esportes(dizer qual esporte querem competições e áreas ou modalidades de lazer
que fazem parte do popular) e na educação( oportunidades iguais de chegar a
cursos superiores e doutorados).

A população deve ser consultada sobre a forma de governo que querem. Existem
nações que querem impor a outras nações a forma de governo, como no caso os
Estados Unidos ainda hoje. Cada nação é soberana. Cada povo é soberano. Os
interesses capitalistas dos EUA não podem prevalecer sobre os interesses de cada
nação deste planeta. No mundo não existe mais clima para uma intervenção militar ou
apoio a golpes de interesse estadunidenses ou qualquer outra potência. Tudo deve ser
resolvido no diálogo e o que pensa a maioria sempre é soberano, é democrático.

É senso comum hoje que todos os indivíduos devem ter direitos e deveres iguais.

Não importa sua classe social, seu gênero, sua etnia, sua religião, seu partido
político ou opção sexual. Mas o que parece que muitas categorias não sabem
conviver com o diferente. Ainda temos de ter leis para garantir tais direitos. Ainda
pensam que existem classes ou grupos que são superiores. Que tem mais direitos que
outros. E querem nos fazer acreditar que faz parte de um processo natural. Quando
Paulo Freire diz que não existem saberes superiores, mas sim diferentes e que
sem complementam muito embora Karl Marx disse que as classes sociais lutam o
tempo todo entre si nesse mundo capitalista e propõe “trabalhadores de todo mundo
uni-vos, ” se organizem e lutem. Nesse sentido podemos concluir, e a própria
revolução burguesa (Francesa de 1789) diz que todos são iguais perante a lei:
“Liberdade, fraternidade e igualdade” é o lema. E que não existe governar o povo. O
povo se governa. A democracia é um governo “do povo, pelo povo e para o povo”.

Concluindo “povo unido jamais será vencido. ”
                        Jorge Kuster Jacob é sociólogo e professor de história e sociologia do CEIER de Vila Pavão

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