sábado, 14 de janeiro de 2017

OS 12 ANOS DO ANDRÉ LUIZ - meu caçula - texto de Helena Machado

            Era dia 21 de Março, aniversário do meu caçula! Mês de muito trabalho na Malharia mas a "festa" estava garantida. Terminado o expediente começamos a arrumação. As funcionarias dividiram-se em duas turmas. Uma arrumava dentro da malharia e outra limpava o pátio. A boa e inesquecível Amália, que ajudou a criar meu bebê, era a responsável pelo bolo e torta salgada que ela trazia de casa. Eram poucos convidados. Tios, primos, algum amiguinho especial. O aniversariante sempre foi um garoto participativo e ele ajudava na limpeza do pátio. Enquanto a turma estava na arrumação, eu falava ao telefone com a diretora de um dos colégios. Em dado momento eu ouvi um estrondo. Soltei um grito abafado - é André. Eu tinha sido avisada, minutos antes, que ele estava tentando dirigir o carro. Nem deu tempo de eu intervir. Deixei a diretora ao telefone e fui ver. Meu filho veio correndo e ajoelhou-se aos meus pés, de mãozinhas postas, pedindo perdão. Lábios trêmulos e sem cor. Comovida e ao mesmo tempo assustada, tentei acalmar meu filho. Muitos falavam ao mesmo tempo querendo contar. André havia afastado o carro para limpar o local. Depois de limpo ele entrou no carro e deu partida para recoloca-lo no lugar. Acelerou, perdeu o controle, entrou em um vão de 3.00 x 1.50, fez curva de 90o (noventa graus), adentrou num deposito, derrubando a parede e tudo pela frente. Passou abalroando a coluna. O carro parou já sem as portas. André não sofreu nenhum arranhão. Nasceu de novo. Assim que ele e eu recuperamos o enorme susto, decidi que não iria deixar esse fato tirar o entusiasmo dele com sua festinha. Mãos a obra. Todos carregando os tijolos em carrinhos de mão e com pás tiravam os vidros espalhados pelo chão. Os vizinhos ajudavam. O carro foi escondido. O mais difícil foi esconder o rombo da parede. Tudo pronto. Nem o pai dele e nem os convidados ficaram sabendo. Relembrar isso, me faz doer o peito pensando no medo que meu filho sentiu - medo do medo. Criança sofre! Não acho que fui uma mãe brava ou opressora. Essa avaliação cabe a eles fazerem. Não termos fotos desse dia. 
Abraços fraternos,
Helena💕

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