Em 1943, Maria Evangelina Araújo, com 18 anos de idade começou a namorar meu pai, Manuel Mansur, já com os seus 30 anos. Meu pai nesta época era viúvo e tinha dois filhos. Ela me contou que fez o seu enxoval fazendo doce, mais precisamente: cocada. O ponto de venda era a pequena venda de secos e molhados do seu irmão mais velho, Romulo Araújo, lá em Muniz Freire, que é o berço de nossa família, parte materna e paterna.
Ela ia contando as dificuldades e as alegrias que era de se viver no meio rural. Que aos cinco anos de idade já acompanhava vovô Heraclides Alves Araujo e vovó Laureta Ribeiro de Assis, juntamente com os irmãos Romulo, Jeová e José e as irmãs Gerda, Alcione e Zuzu, no trabalho na roça e nos serviços da casa.
Mas vamos voltar ao enxoval de minha mãe.
Ela me contou que comprava o coco, ralava e para aumentar o volume, usava a parte interna do caule do pé de mamão. Avançou mais um pouco na explicação e disse que não usava mamão verde porque não dava certo. Certamente que ela havia experimentado.
Eu perguntei: olha que o libanês era papai, mas Senhora bem que sabia dos macetes para buscar dinheiro e agradar os fregueses. Ela desconversou dizendo:
-Agora você tem mais uma História para contar.
Assim foi feito o enxoval de minha mãe, com a venda de cocada com caule do pé de mamão. Hoje, aos 89 anos, elas é mestra em bordado e principalmente na feitura de sapatinhos para bebes. Esta história depois em conto.
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