Nestes últimos 20 anos, as minhas amigas que foram mães certamente receberam de presente um par, algumas dois, deste maravilhoso e fino par de sapatinhos feitos por minha mãe Maria. Hoje conversando com ela perguntei onde ela havia aprendido a fazer este tipo de trabalho.
Desde que me entendo por gente, já se vão bem mais de 50 e tantos anos, sempre a vi envolvida na produção deste tipo de artesanato.
Me lembro que quando morávamos em Alegre, década de 60, ela tinha uma máquina de costura tradicional e depois chegou lá em casa um Vigorelli, que fazia zig-zag.
Mamãe me disse que havia começado neste ofício lá pela década de 30, ela que nasceu em 1924. Ela aprendeu na Escola rural que ela frequentava com as irmãs Alcione e Gerda.
Ela morava na Mata do Barão, em Muniz Freire, andava uma hora e meia para chegar na Escola na localidade de Córrego Rico. Depois tinha a volta para casa. A Escola funcionava na Igreja Batista e a sua professora era Maria Barroso. Uma Escola que hoje seria considerada moderna, por ter em seu currículo a arte de fazer maravilhas. Um Escola também voltada para o trabalho.
Perguntei a ela como ela administrava a sua produção e ela me falou que sempre tinha 12 pares prontos.
- SAIU UM, A PRODUÇÃO RECOMEÇA PARA COMPLETAR O ESTOQUE. NA ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ ESTEVE AQUI, TIVE DE FAZER MAIS DOIS PARES.
Quando chega na casa dela já tenho certeza de que vai me perguntar em tom de provocação:
- AS SUAS AMIGAS NÃO VÃO TER MAIS FILHOS?
Eu devo ser o maior receptor de sua arte que vai além do tricot, passa pelo crochê e o ponto cruz.
Abaixo temos fotos do estoque estratégico de 12 pares, a foto de minha mãe e uma foto de uma caixa que vamos revelar o seu conteúdo na próxima oportunidade.
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