terça-feira, 25 de agosto de 2015

Secretaria de Estado da Saúde orienta sobre leishmaniose

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen) e do Núcleo Estadual de Vigilância Epidemiológica, oferece ao longo desta semana, em São Mateus, um curso de atualização sobre leishmaniose tegumentar americana para técnicos de laboratórios da Regional Norte de Saúde. A doença é transmitida ao homem pela picada do mosquito flebótomo e causa feridas na pele e nas mucosas da face.

A capacitação, que já foi realizada em Colatina para profissionais da Região Central, também está prevista para acontecer em Santa Maria de Jetibá, no dia 28 de setembro, para técnicos da Região Metropolitana de Saúde.Segundo a coordenadora geral do Lacen, Anézia Lima Chaves Ribeiro, trata-se de um treinamento teórico e prático, que aborda questões como modo de transmissão da doença, formas de prevenção e tratamento.

“O curso visa atualizar os conhecimentos dos técnicos de laboratório que estão na função há mais tempo, além de capacitar e alinhar informações com os profissionais mais novos. O objetivo é manter a qualidade do serviço por meio do treinamento constante das equipes”, esclarece a coordenadora geral do Laboratório Central.

Segundo Adenilton Cruzeiro, referência técnica em leishmaniose humana do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, a leishmaniose se apresenta na forma tegumentar, que afeta a pele e as mucosas da boca, da laringe, da faringe e do nariz, e na forma visceral, que acomete os órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea.

“A leishmaniose visceral é o tipo mais grave. Se não for tratada a tempo, pode levar à morte em 90% dos casos. Já a leishmaniose tegumentar, apesar de não ser letal, forma feridas na pele e na mucosa. A doença vai destruindo a região afetada e pode causar grandes deformidades no rosto e em outras partes do corpo”, detalha Cruzeiro.

Ele explica que a leishmaniose é causada por parasitas do gênero Leishmânia e é transmitida ao homem pela picada do mosquito flebótomo, que apresenta cor amarelada e costuma picar no entardecer e no início da noite. A transmissão da doença para o ser humano ocorre quando o mosquito pica um animal infectado e depois pica o homem.

Segundo Cruzeiro, para ambas as formas de leishmaniose existe tratamento gratuito disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico é feito a partir das unidades básicas de saúde e, assim que a doença é detectada, seja a forma tegumentar ou visceral, iniciam-se os cuidados. A recuperação do paciente depende de diferentes fatores, como a realização do diagnóstico precoce e a introdução rápida do remédio, a adesão ao tratamento e a resposta do organismo de cada pessoa.

Como prevenir

De acordo com a referência técnica em leishmaniose humana da Secretaria de Estado da Saúde, a Leishmânia encontra-se na natureza e se hospeda e se reproduz no organismo de animais silvestres como preguiça, tamanduá, raposa e roedores, e também de animais domésticos como cavalos, mulas e cães, este último um dos principais reservatórios do parasita nas áreas urbanas.

Segundo Adenilton Cruzeiro, a leishmaniose está presente em grande parte do Brasil e atinge também outros países nas Américas, na África, na Ásia e na Europa, com casos registrados inclusive em Portugal, Espanha e França. Ele ressalta que, assim como na dengue, a melhor maneira de se evitar a leishmaniose é com prevenção, e o apoio da população no combate à doença é essencial.

Para evitar que os quintais e as áreas próximas às residências tornem-se criadouros do mosquito flebótomo, deve-se limpar os quintais periodicamente, retirando matéria orgânica em decomposição, como folhas, frutos e fezes de animais, além de outros entulhos que favoreçam a umidade do solo.

Recomenda-se também limpar os abrigos dos animais domésticos, como casinhas de cachorro, currais e galinheiros, e descartar adequadamente o lixo orgânico a fim de não atrair os mosquitos para a área residencial.


Cruzeiro orienta ainda quem mora ou está em áreas de risco, ou seja, em localidades rurais ou regiões urbanas próximas a matas, a usar cortinado, instalar telas de proteção contra mosquitos em portas e janelas, usar repelente e vestir roupas de manga comprida.

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