domingo, 29 de abril de 2018

Caso Projeto de Lei seja aprovado por deputados, capixabas terão que pagar mais pelo leite longa vida





Um Projeto de Lei, de 27 de março de 2018, enviado pelo governo do Espírito Santo à Assembleia Legislativa (ALES), tem preocupado cooperativas, laticínios privados e supermercadistas do estado. A proposta visa aplicar alíquota diferenciada de ICMS para as saídas internas com leite produzido em outros estados do Brasil. Para isso, o Projeto de Lei 79/2018 altera a Lei 7.000/2001, que trata do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS).
A alteração propõe a inclusão do Espírito Santo na chamada Substituição Tributária (ST). O projeto trata especificamente do leite longa vida (UHT) em recipiente com conteúdo de até dois litros. Caso seja aprovado o Projeto de Lei, o percentual do imposto sobre o produto, proveniente de outros estados, sobe de 12% para 17%, e quem paga essa conta é o consumidor final.
O presidente da Cooperativa Veneza, com sede em Nova Venécia, José Carnieli, afirma que a população não pode arcar com mais aumento de impostos. “A população brasileira já paga uma carga tributária altíssima e saber que alguns deputados ainda trabalham a possibilidade de aumentar ainda mais nossos impostos é realmente frustrante. Precisamos identificar os deputados que são a favor desse Projeto de Lei e dar um basta em políticos que não trabalham para melhorar a vida dos cidadãos. Se for aprovado, será mais uma conta para os capixabas. E a população de menor renda será mais uma vez a classe mais prejudicada”, afirma Carnieli.
O aumento nos preços impacta diretamente nas vendas a varejo, é o que afirma o empresário do ramo de supermercados, José Carlos Taglia Ferre. “Vejo uma mudança que vai causar uma série de transtornos, caso realmente aconteça. Não é bom nem para as empresas de laticínios, que são obrigadas a repassar esse aumento no custo da mercadoria, e nem para os supermercados, que são obrigados a repassar esse custo para os produtos nas prateleiras. É uma medida que, com certeza, vai refletir diretamente na diminuição das vendas. Se tivermos esse aumento na alíquota do ICMS do leite longa vida de outros estados, de 12% para 17%, quem vai pagar tudo será o consumidor final”, alerta Taglia Ferre.
Proprietário de uma rede de supermercados, o empresário Paulo Maestri também enxerga a medida como uma afronta ao consumidor. “Se essa carga tributária aumentar, vai impactar no preço de vendas de forma direta. Um produto de consumo diário e essencial na vida das pessoas, que é o leite, deve ser visto com uma atenção diferenciada pelos legisladores para que não sobrecarregue ainda mais o poder de compra da população, que já está bastante achatado. As autoridades precisam ter sensibilidade para entender esse momento delicado por qual passa o nosso país, diante da dificuldade de emprego e renda”, disse Maestri, que também é diretor da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), região de Nova Venécia.
A matéria já foi lida na Assembleia durante sessão realizada no dia 28 de março. Como não foi aprovada para ser votada em regime de urgência, o projeto será debatido junto aos segmentos da sociedade capixaba organizada e analisado pelas comissões de Justiça e Finanças, antes de ser votada em Plenário.

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Enfocco Assessoria de Comunicação

Diego Bastianello Feitosa
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