Duas mudanças vão acontecer no Calendário Nacional de Vacinação a partir de 2017. Uma é que os meninos passarão a ser contemplados com a vacina HPV e a outra é que a vacina meningocócica C passará a ser ofertada também para adolescentes. O Estado do Espírito Santo já recebeu do Ministério da Saúde parte das vacinas e as doses estarão disponíveis nas unidades de saúde municipais a partir de janeiro. Da vacina HPV foram recebidas 62.900 doses, e de meningocócica C, 47.100 doses.
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, a vacina HPV será disponibilizada para meninos de 12 e 13 anos de idade, e, no Espírito Santo, 63.617 meninos nessa faixa etária poderão ser vacinados. Meninos e homens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids também serão beneficiados pela mudança no Calendário Nacional de Vacinação.
“Tivemos uma boa adesão das meninas em 2014, quando houve a implantação da vacina HPV, mas observamos que a procura diminuiu em 2015 e em 2016. Se os meninos também tomam a vacina, reduzimos a possibilidade de transmissão do vírus, uma vez que ele é transmitido às mulheres pelos homens, e aumentamos a proteção das meninas não vacinadas. Além disso, a vacina protege os meninos contra câncer de pênis e de ânus, e previne em ambos os sexos câncer de boca e de garganta e verrugas genitais”, detalha Danielle Grillo.
A coordenadora ressalta que reduzir a cadeia de transmissão do HPV por meio da vacinação de meninos e meninas é uma medida que favorece a coletividade e que é muito importante para o futuro, pois quanto maior o número de pessoas de ambos os sexos imunizadas, menores são as chances de homens e mulheres contraírem HPV e adoecerem. Ela destaca que a vacina protege contra quatro subtipos mais frequentes do vírus HPV (6, 11, 16 e 18) e apresenta 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal.
Quanto à vacina meningocócica C (conjugada), ela será ofertada a partir de 2017 para meninos e meninas de 12 e 13 anos. A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações explica que além de oferecer proteção direta ao vacinado, a vacinação dos adolescentes protegerá indiretamente quem não foi imunizado.
“Hoje, a vacina contra meningite meningocócica C é administrada aos 3 meses, aos 5 meses e com 1 ano de idade. Isso porque as crianças estão mais suscetíveis a desenvolverem as formas mais graves da doença. O ser humano pode portar a bactéria que causa a doença meningocócica sem desenvolver os sintomas, mas ainda assim transmiti-la. O reforço na adolescência vem com o objetivo de manter a proteção desse grupo por mais tempo, reduzindo também o número de portadores assintomáticos da bactéria”, explica Danielle Grillo.
No Espírito Santo, 125.641 adolescentes da população alvo poderão se vacinar contra o meningococo C. A meningite C continua sendo o tipo de meningite que mais afeta a população (cerca de 60% a 70% dos casos). A doença apresenta rápida evolução, gravidade e letalidade e tem caráter epidêmico.
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