Publicada em 28/08/2014, às 09h39
A aluna de Teatro da Escola Técnica de Teatro, Dança e Música Fafi Luciana Alves é exemplo de superação e força de vontade. Ela, que é casada e mãe de dois filhos (Alef, de 9 anos, e Renoir, de 7), convive com a cegueira desde que nasceu. No entanto, a deficiência visual é apenas um detalhe diante da sua desenvoltura nas aulas.
Luciana, que também tem uma irmã cega, conta que resolveu estudar teatro a partir de incentivos que recebeu depois que atuou em um comercial para a televisão. Com a abertura de vagas na Fafi, inscreveu-se para o curso e foi selecionada.
"O teatro está me ajudando bastante. Agora, já acho que todas pessoas com deficiência deveriam fazer teatro", disse Luciana, satisfeita com a nova experiência. Ela destaca que, graças às primeiras aulas, já está perdendo timidez, expressando-se e locomovendo-se melhor.
Luciana é servidora municipal. Formada em Terapia Ocupacional, atua como terapeuta do Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas, da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). Ela afirma que busca ampliar seus horizontes e sempre fazer coisas novas. Em 2011, ela enfrentou um câncer de mama. Passou por cirurgias e está recuperada. "Não tive medo de morrer nem de viver, porque minha vida já é um milagre".
Para as outras pessoas que, como ela, têm alguma deficiência, ela aconselha: "Tem que sempre buscar, se manifestar, assim as pessoas notam que vocês existem. Vejo que deficiente mesmo é o espaço que não nos oportuniza trabalhar".
Desafio
Para o professor de Teatro Leonardo Patrocínio, ter uma aluna com deficiência visual em uma turma de 30 alunos é algo que classifica como "muito bacana e um desafio positivo", considerando que a atividade do teatro é muito visual.
"Luciana foi avaliada, passou nos testes e aprovada. Estamos na nossa terceira aula e vemos que é uma aluna dedicada e que tem vontade de aprender", disse.
Para a colega de curso Paula Daher, Luciana surpreendeu já nos testes para a seleção. "Ela era do meu grupo, tinha que ler; achei que ela não iria passar, mas não, ela foi lá, fez a cena muito bem e foi aprovada. Agora, às vezes, até esquecemos que ela não enxerga. É muito gratificante aprender com ela. Luciana é uma pessoa pura e está sempre alegre".
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