domingo, 16 de março de 2014

MASSACRE EM ECOPORANGA, 30 anos do seu lançamento, 15 de março de1984.


Helio Garcia, companheiro de anos e anos, que mora em Colatina, me enviou o texto que segue, falando da data importante para a memória histórica capixaba e para as pessoas envolvidas nas lutas sociais no nosso Espírito Santo.

Para o grande escriba Ronald Mansur:
Com informações do falecido Luzimar Nogueira Dias, no prefácio do livro Massacre em
Ecoporanga, p. 9:
A propósito de uma reportagem publicada em A Tribuna (Massacre em Ecoporanga: lutas
camponesas no Espírito Santo) e que redundou na feitura de um livro com o mesmo título,
lançado no dia 15 de março de 1984:
- não há referência com relação à data precisa da publicação da reportagem em A Tribuna,
apenas a informação de que:
 “Desligado do jornal [A Tribuna], em 1979, passei a editar POSIÇÃO (...) comecei a levantar a
história das lutas camponesas em Ecoporanga, como o apoio do jornalista Ângelo Ziviani Zurlo,
colaborador do semanário”.
O resultado foi a reportagem Massacre em Ecoporanga – Lutas camponesas no Espírito Santo,
que acabou publicada em A Tribuna. Este trabalho ganhou, em 1980 o Prêmio Thiers Velozo de
Jornalismo, instituído pela Secretaria de Comunicação do Governo do Estado.” (no prefácio do
Massacre)
O livro, editado pela Cooperativa dos Jornalistas do Espírito Santo, em edição única até o
momento, teve seu lançamento no dia 15 de Março de 1984, há exatos 30 anos. Nele, a partir
da reportagem, são relatados os violentos conflitos fundiários ocorridos na vila de Cotaxé -
entre 1948 e 1966 -, em Ecoporanga, então distrito do município de Barra de São Francisco,
até 1955, quando se emancipa. Cotaxé é guindado, então, à posição de distrito do município de
Ecoporanga.
Massacre em Ecoporanga – Lutas Camponesas no Espírito Santo é o primeiro trabalho mais
abrangente a respeito daquelas lutas verificadas no extremo-noroeste do estado do Espírito
Santo. Posteriormente, o laureado escritor Adilson Vilaça, focando o mesmo tema, edita, em
1997, o romance histórico Cotaxé: Romance do efêmero estado União de Jeovah. Esta
extensão na abordagem do tema suscita o primeiro trabalho de nível acadêmico, na Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES). Trata-se da monografia em curso de especialização
denominada Lutas camponesas do Espírito Santo nas décadas de 50 e 60: Cotaxé um estudo
de caso, do estudante de história, André Luiz Gomes de Souza, em 1999.
Nos primeiros anos da década de 2000, Vilaça publica, na revista Século, alguns outros trabalhos
resultantes de suas pesquisas naquela área da antiga região litigiosa entre o Espírito Santo e
Minas Gerais, naquele então denominada Contestado. O próprio Vilaça publica, em 2007, o livro
Cotaxé: a reinvenção de Canudos, como resultado da sua monografia, também em curso de
especialização na UFES.
Agora, trinta anos após seu lançamento, o livro de Dias, a partir da reportagem publicada em A
Tribuna, continua servindo de base a estudos sobre aqueles episódios, na UFES, enfocados sob
distintos e variados ângulos. Estão em andamento, atualmente, na UFES, três estudos. Um deles
no curso de Doutorado, desenvolvido pelo Professor Luís Noboru Muramatsu, com orientação
da Prof. Dra. Márcia Barbosa Ferreira Rodrigues, e os outros dois, no curso de Mestrado. Neste
nível, estão as pesquisas dos mestrandos Elio Ramires Garcia e Demian Ferreira da Cunha,
sendo orientados, respectivamente, pelos Professores Doutores Pedro Ernesto Fagundes e Paulo
Cesar Scarim. Jornalismo, literatura e pesquisa social e histórica, a síntese das decorrências deste
aniversariante do dia, o livro de Luzimar Nogueira Dias.

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