Que orgulho do Jornal do Campo! Dessa camisa! Desse dia! Olha esse sorriso era verdadeiro! Gratidão a você! Enquanto meu pai passava a vida muito ocupado, trabalhando de domingo a domingo, atrás do balcão de um açougue, foi você quem me deu a chance de deixar a cidade e conhecer o interior. As viagens de um dia para o Jornal do Campo valiam mais que as férias. Chegar na Gazeta de madrugada e partir antes do sol chegar era já aprendizado. Que sorte tive de fazer parte da sua equipe e ser alfabetizada na solidariedade com a luta do agricultor, de poder conversar com o trabalhador do campo, ouvir suas queixas e pequenas vitórias, tocar o fruto do seu trabalho antes de ser empacotado e virar mercadoria. Nunca mais fui a mesma na frente de uma banca na feira. Nunca mais botei banca. Na minha frente, diante de uma kombi ou um caminhão gasto, alguém me dava por uns trocados, uma vida. Vi a felicidade dos alunos das escolas rurais, vi com curiosidade o funcionamento das cooperativas, o nascimento do agro-turismo, vi a força das mãos e senti o cheiro dos currais e das cozinhas. Abri porteiras e entrei em mundos desconhecidos. Senti uma alegria genuína de estar no meio do mato, de cruzar estradas de chão, pontes de madeira, moinhos e carroças! Senti amor pelos peões que tomavam conta de capivaras e homens que falavam com colibris e bromélias! E entendi o compromisso de levar o que se passa atrás daquelas montanhas para o ES inteiro.Fiz parte de uma equipe que valoriza a língua, a cultura, e as festas do interior. Ah, as festas! Um brinde à você, Ronald Mansur, e a festa que era a Redação da TV Gazeta na ida e na vinda das viagens do Jornal do Campo! São muitas as línguas do campo mas o Jornal do Campo traduzia todas elas!
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