Eu não imaginava a repercussão que o meu texto sobre assédio sexual, provocaria. Mas eu tinha a exata noção de que a grande maioria das mulheres passam e passaram por situações semelhantes em algum momento de suas vidas. Cada mulher em seu desabafo, mostra, apenas, a ponta do iceberg que carrega em si. Os meninos estão sujeitos, tantos como as meninas a casos de pedofilia. Agradeço aos depoimentos corajosos e aos depoimentos masculinos em solidariedade ao assunto abordado. Selecionei alguns comentários que nos foi enviado. Nomes foram omitidos por minha iniciativa. Não pediram isso.
- André Luiz Machado escreveu: Estou com taquicardia. Muito triste, muito triste mesmo.
- Caio Bertholdi escreveu: Nossa akele seu último texto nem quis terminar de ler. Mto pesado.
- Bruno Torres Paraíso escreveu: Depoimento corajoso e necessário.
- José Mariano Lopes escreveu: De doer o coração.
- João Vargas Custódio escreveu: Penso ser lamentável qualquer tipo de assédio. Independente do constrangimento, ele deve ser denunciado .
- Uma pessoa escreveu: Comigo tbm aconteceu. Eu ainda era um bebê, numa noite minha mãe resolveu ir ver se eu dormia bem e encontrou um tio por parte de pai, por cima de mim. Graças a Deus nada aconteceu. Esse tio Ainda eh o único vivo. Um dia, novamente, fui percebida por um vizinho muito velho, que hj na minha vivência, não sei como ele ainda procurava sexo. Ele me levava pra td canto. Mas Deus em tds os momentos, me protegeu. Nunca contei nada pra ninguém. Muita vergonha. Eu devia ter uns sete anos.
- Uma pessoa escreveu: Dona Helena Machado, que tristeza...isto uma epidemia...Eu também tenho historias horríveis!!!!
- Uma pessoa escreveu: O pai da nossa prima, levava minha filha para passear, com minha permissão. Ela, na inocência dos seus sete aninhos me contou que o "tio" bolinava suas partes íntimas...
- Uma pessoa escreveu: Dona Helena, eu fui estuprada aos onze anos. Muito triste. E foi recorrente. Não falei com minha mãe e nem falei isso a ninguém. Eu tinha muita vergonha.
- Uma pessoa escreveu: Meu próprio pai me desrespeitava. Nunca falei pra minha mãe. Tinha vergonha e medo.
- Uma pessoa escreveu: - Tenho taquicardia só em pensar em escrever o que já se passou comigo. Eu era uma criança tímida e assédio só faz piorar a timidez. Eu tinha nove anos e estava brincando com minha prima um ano mais velha que eu. Todos os anos eles vinham passar as férias aqui. A casa estava cheia de parentes, momentos de muita alegria e descontração. Eu e minha prima resolvemos tomar banho de mangueira na garagem. Não demorou muito veio o pai dela e com um sabonete começou a ensaboar ela....no momento achei um pouco estranho, pois meus pais nem entravam no banheiro quando eu tomava banho, muito menos me dar banho.., já estávamos meio grandes para isso...mas talvez fosse apenas um costume familiar diferente. De repente vejo que ele estava ensaboando por dentro da calcinha dela...fiquei chocada e virei o meu rosto pra parede pra não olhar. Fiquei esperando ele acabar de ensaboa-la e ir embora para que eu e ela continuássemos a brincar e tomar banho. Qual não foi o meu choque quando ele começou a me ensaboar e com a mão espumada de sabonete colocou a mão dentro de minha calcinha e ensaboou minhas partes intimas. Depois saiu e nos deixou ali. Eu, muito chateada, me vesti e quando entrei na sala da minha avó, havia muita alegria. Ele sentado numa poltrona com a família a volta...todos rindo e todos alegres. Eu queria contar para minha mãe ou para minha avó...mas aquela alegria na casa e eu pensava - quem vai acreditar em mim? Levou mais de trinta anos para eu contar isso para minha mãe e ainda tenho dificuldades em relatar este fato.
Outro caso - Eu tinha 15 anos quando um amigo da minha família, um cara bacana e muito conhecido, parou o carro e disse - Quer dirigir meu carro? Eu boba e sem maldade respondi que sim, afinal eu tinha 15 anos...logico que queria dirigir um carro...puxa...dirigir. Passando por um trevo ele disse - pega a direita. E eu fui feliz da vida dirigindo, seguindo a direção dele de pegar a direita ou esquerda...não demorou muito subo um morrinho....uma mão sai de uma janela chacoalhado uma chave...eu parei o carro tentando entender aonde eu estava e vi uma placa de motel. Da para acreditar que eu dirigi até um motel? Vai ser burra assim na China. Sem saber o que fazer tirei minha sandália e comecei a bater nele ...e dizia - Eu vou contar para o meu pai, eu vou contar para todo mundo. E ele dizia - É brincadeira, foi só uma brincadeira.
- Leila Lopes escreveu: Oi amiga acho que já conversamos sobre isso. Eu só tive uma experiência dessas mas sai correndo pra falar com meus pais que foram na hora falar com o dito cujo. Nunca mais aconteceu mas com isso fiquei sensível à elogios masculinos à ponto de ser grossa com a pessoa. Rsrsrs. A vida ensina. Beijos
Abraços Fraternos,
Helena
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