O projeto “Africanizando” foi aprovado para ser apresentado
no I Congresso Nacional de Ciências Sociais (Conacso), que
acontece entre os dias 23 e 25 de setembro na Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes). A professora de Sociologia,
Fabíola dos Santos Cerqueira, e o professor de Geografia,
Alexandre Holanda Nascimento, da Escola Aristóbulo Barbosa
Leão, são os idealizadores do projeto.
O projeto foi criado a partir das leis que tornam obrigatório o ensino
da História e da Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena
na educação básica. O trabalho é uma continuidade do
projeto "Respeito às diversidades para que as diferenças não
sejam vistas como desigualdades", que já foi vencedor do
“Prêmio Boas Práticas”, realizado pela Secretaria de Estado
da Educação (Sedu).
Os professores abordaram a construção histórica do racismo
e a permanência política e ideológica das teorias racistas,
que inferiorizam a população negra no imaginário social. Para
isso, foram realizadas rodas de conversas sociológicas;
pesquisas bibliográficas; produções de painéis com dados
políticos, sociais, culturais e econômicos de países africanos;
oficinas; aula de campo em comunidade quilombola; vídeos;
músicas e customização de bonecas negras.
A professora Fabíola afirmou ter ficado muito feliz com a aprovação
do projeto. No ano passado, eles também tiveram a oportunidade
de compartilhar a experiência na VIII Semana de Ciências Sociais
da Ufes. Segunda ela, a participação nesses eventos
agrega conhecimento e experiência com o mundo acadêmico.
“A minha expectativa é mostrar que temos uma equipe
profissional disposta a inovar e tornar a escola cada dia mais
atrativa. A Sociologia é uma disciplina diferenciada, que tem
uma parceria com as outras. Podemos mostrar que os
diferentes saberes se interligam”, afirma a professora.
Customização de bonecas negras
Os estudantes do 3º ano da Escola Aristóbulo Barbosa
Leão participaram de customização de bonecas negras, que
serão doadas para crianças carentes do município da Serra.
A atividade faz parte do projeto “Africanizando”.
A produção, na maioria das vezes, é feita a mão, na casa dos
próprios alunos. Os materiais utilizados são tecidos, lã,
miçangas, fitas, entre outros.
A aluna do 3º ano noturno, Larissa Miranda, contou que cada grupo
de cinco alunos é responsável por produzir uma boneca negra.
“Acho muito legal customizar, nos dedicamos bastante para que
as bonecas fiquem bonitas”, contou.
Segundo a professora Fabíola, levar o respeito ao próximo por meio do conhecimento trouxe muita satisfação
pessoal e profissional. “Esse trabalho tem sido o mais gratificante
de toda minha trajetória profissional. A parceria da Ufes e o
capricho dos estudantes na produção é muito importante.
O envolvimento dos adolescentes e a resposta positiva das
famílias me motiva a continuar inovando” , finalizou.
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