quarta-feira, 8 de abril de 2015
Governo do Estado homologa situação de calamidade pública em Guaçuí
Durante a seca a prefeitura transportou cana-de-açúcar para alimentar o gado
criado em Guaçuí. Perdas e prejuízos na produção agrícola ultrapassam os R$
18 milhões.
Texto: Prefeitura de Guaçuí/Jackson Vimercati Passos
A situação de calamidade pública decretada no município, devido a prejuízos
causados pelo longo período de estiagem, foi homologada pelo Governo
do Espírito Santo, por meio do decreto 667-S, publicado no Diário Oficial
do Estado na segunda-feira (06). Com essa validação, a administração
municipal está apta a receber recursos estaduais específicos para ampliar os
atendimentos às áreas urbana e rural afetadas pela seca.
O decreto editado pelo Governo do Estado autoriza, ainda, aos órgãos do
Sistema Nacional de Proteção de Defesa Civil (SINPDEC) sediados no
Espírito Santo, a prestar apoio ao município. Além da homologação estadual,
o município aguarda a confirmação da situação pelo Governo Federal, o que
permitirá aos produtores rurais renegociarem as dívidas junto a instituições
bancárias e que a administração pública solicite recursos federais.
Em Guaçuí a situação de calamidade está decretada desde o dia 20 de
fevereiro, devido à estiagem prolongada e principalmente por conta das perdas
e prejuízos apurados na produção agrícola, que ultrapassaram os R$ 18
milhões. Córregos e nascentes secaram, além de perdas significativas nas
lavouras, principalmente as de café e milho, afetando famílias do interior.
A prefeita Vera Costa comentou sobre um dos piores períodos de estiagem que
o município enfrenta. “O prejuízo no campo passam dos R$ 18 milhões e isso
representa muito para quem já arrecada pouco. Essa estiagem tem efeito direto
na economia local e na vida das famílias guaçuienses, principalmente as da
área rural”, pontuou a prefeita.
Calamidade
Informações pluviométricas mostram a situação de seca que Guaçuí está
enfrentando. Entre janeiro e dezembro de 2013 o volume de chuva foi
de 1.679,30 mm; já de janeiro a dezembro de 2014, foram 753,20 mm. A
comparação nos meses de janeiro de 2013 (271,10 mm), 2014 (64,30 mm) e
2015 (4,00 mm) preocupa a administração municipal. Os números comprovam
a pequena quantidade de chuva que tem caído no município.
Por falta de chuva, os danos no campo são visíveis. Foi realizado o transporte
de cana-de-açúcar para alimentar o gado criado em Guaçuí e caminhões-pipa
foram utilizados para levar água tratada a algumas propriedades rurais mais
afetadas.
As estimativas de produção e perdas das principais culturas do município
podem ser vistas no quadro abaixo, com dados apurados pela Secretária
Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Alimentar e pelo Instituto
Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), entre
novembro de 2014 e janeiro de 2015.
ATIVIDADES PRODUÇÃO ESPERADA PERDA (%) VALOR (R$)
Café 107.740 sacas 45 13.623.723,00
Olericultura 3.792.651 kg 35 1.737.057,66
Fruticultura 1.312.422 kg 20 879.530,08
Milho 15.135 sacas 60 308.754,00
Leite 8.253.000 litros/anos 30 165.060,00
Feijão 633 sacas 40 45.600,00
Floricultura 1920 dúzias 30 8.640,00
TOTAL 18.271.337,14
FONTE: Ibge, 2015; Incaper - ELDR de Guaçuí; Centro de Comércio de Vitória, 2015; Ceasa-
ES, 2015.
Comissão de Eventos Adversos
No último mês foi implementada a Comissão de Eventos Adversos, com a
intenção de realizar estudos e apresentar propostas para enfrentar situações
como seca, enchentes e outros desastres naturais, que possam impactar o
município nas questões socioeconômica e ambiental.
Fazem parte da comissão, além da Prefeitura de Guaçuí, por meio das
secretarias e Defesa Civil Municipal; a Polícia Militar Ambiental; o Instituto
Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); os
conselhos municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) e de
Meio Ambiente (COMDEMA); os sindicatos Rural e dos Trabalhadores Rurais,
a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Guaçuí (Acisg); a Câmara
Municipal e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf).
Com a Comissão de Eventos Adversos atuando, a ideia é reunir informações
importantes sobre a produção agropecuária, comércio local, aspectos
climáticos, e outros dados que permitam propor soluções para às catástrofes
naturais. Cada setor envolvido irá contribuir com ideias, experiências e projetos
que serão analisados e se foram viáveis executados.
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