quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Arquivo Público entrega 300 livros para o Sistema Estadual de Bibliotecas

Os livros “Imigrantes Espírito Santo: base de dados da imigração estrangeira no Espírito Santo nosséculos XIX e XX” e “Índios Botocudos do Espírito Santo no século XIX” farão parte do SistemaEstadual de Bibliotecas. Foram entregues pelo Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) 300 exemplares das obras à Biblioteca Pública Estadual Levy Cúrcio da Rocha para que seja realizadaa distribuição a todos os municípios do Estado. As publicações fazem parte da Coleção Canaã, cujalinha editorial prioriza a história capixaba.

 
livro “Imigrantes Espírito Santo: base de dados da imigração estrangeira no Espírito Santo nos séculos XIX e XX” é o resultado de quase vinte anos de ações em prol do resgate histórico e da coleta de dados em
 diferentes fontes sobre a imigração estrangeira no EstadoNele é possível consultar a   listagem completa dos imigrantes que vieram para o Espírito Santo, trazendo novos elementos para a língua, a arquiteturaos costumes e outros aspectos culturais
obra, de autoria do pesquisadorjornalista e servidor do APEESCilmar Franceschetto, e organização de Agostino Lazzarodiretor-geral da instituiçãoreúne 54.155 nomes de imigrantes de 73 países diferentesprovenientes dos levantamentos efetuados pelo “Projeto Imigrantes EspíritoSanto”, iniciado em 1995. Um quadro-resumo antecede as listas trazendo as datas-limites dos registrosdados sobre os lugares de origem e destinoinformações sobre a viagemobservações gerais e principais fontes documentais.
 
O aumento no número de descendentes em busca dos seus antepassados foi uma das principais motivações para o surgimento do projeto. Primeiramente as pesquisas eram feitas nas fontes manuscritas em documentos centenários. Mesmo com o cuidado necessário, o frequente manuseio comprometia a preservação. Além disso, as referências encontravam-se dispersas e a grafia era de difícil leitura. Para facilitar e expandir as consultas o projeto empreendeu o cruzamento dos dados entre os múltiplos documentos, referente a um mesmo imigrante ou família, e promoveu a sistematização e disponibilização online das informações
 
A obra “Índios Botocudos do Espírito Santo no século XIX”, de Paul Ehreich – destacado antropólogo alemão que estudou medicina e história natural, com organização e nota de Julio Bentivoglio, tradução de Sara Baldus e fotografias de Walter Garbe, apresenta, por sua vez, um dos primeiros e mais completos relatos sobre os índios botocudos que habitavam o Norte do Estado. O texto foi publicado originalmente em 1887 na Revista de Etnologia, da Sociedade Berlinense de Antropologia, Etnologia e História Primitiva. Trata-se de um estudo que apresenta rigor descritivo e analítico e traz, além da escrita sobre os hábitos e costumes, imagens ilustrativas que permitem visualizar o cotidiano dos indígenas.
 
O autor começou suas pesquisas de campo no Brasil em 1884, quando analisou os índios do Rio Doce. Retornou ao país entre os anos de 1886 a 1888. Passou pelas províncias do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Goiás, nas quais percorreu rios e matas em arriscadas expedições. Nelas empreendeu a descrição etnológica e dos aspectos físicos e morfológicos. 
 

A narrativa está situada entre o relato de viagem e o artigo de divulgação científica e permite conhecer melhor os botocudos e também a visão que se tinha sobre eles, tendo em vista a percepção das relações sociais e de diferenças culturais que permeiam as observações. Representante do interesse europeu pelos indígenas e pela natureza do Brasil, Ehreich realizou um estudo minucioso e se insere no conjunto de relatos de viagens produzidos na época, que despertavam o interesse dos leitores estrangeiros pela descrição das características naturais e dos povos indígenas.

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