sexta-feira, 16 de maio de 2014

Oficina do projeto Cores da Terra proporciona produção de obras de arte com sustentabilidade


16/05/2014 - 16h03min

Augusto Barraque/Incaper
Alunos pintam telas com cores da terra
Além dos alimentos, a terra é fonte de inspiração e de matérias-primas para a produção de obras de arte, feitas de maneira sustentável. Esse foi o principal aprendizado dos estudantes do curso de licenciatura em Ciências Agrícolas do campus de Itapina do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) na última quinta-feira (15). Uma oficina ministrada pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), apresentou as possibilidades de fabricação de tinta à base de terra, bem como sua utilização em pinturas em tela.

A atividade foi realizada em dois momentos, sendo uma palestra técnica a respeito da fabricação das tintas e uma oficina de produção artística com pintura manual. De acordo com o técnico em agropecuária do Incaper, Elio José dos Santos, o projeto Cores da Terra disponibiliza uma tecnologia social de baixo custo e sustentável para a população, em especial a que reside no meio rural.

“A fabricação da tinta consiste na mistura de terra, água e cola. A quantidade desses ingredientes varia conforme a superfície a ser pintada, que pode ser desde de uma parede de uma casa a um objeto de decoração ou de arte. A coloração das tintas varia conforme as tonalidades das terras encontradas na natureza”, explicou Elio.

O fato de a tinta à base de terra não possuir a mesma toxidez das tintas sintéticas é um dos fatores que incentiva o uso dessa tecnologia. “É uma tinta que não agride o meio ambiente e que possui um baixo custo. Para as pessoas, principalmente do meio rural, que muitas vezes não podem dispender muitos recursos financeiros ou tempo para reformar suas residências, as tintas de cores da terra são uma ótima opção”, disse Elio.

Ele também falou que a extração da terra para a fabricação da tinta contribui para ampliar a percepção da natureza que está ao redor. “A escolha da coloração da terra para a fabricação das tintas nos torna mais observadores do ambiente onde estamos e por onde passamos. Eu mesmo já encontrei cerca de 15 tonalidades diferentes de terras para a fabricação de tintas”, disse Elio.


Aprendizado escolar e ambiental

Um dos motivos que levou o Ifes a propor a atividade com as cores da terra foi a possibilidade de maior utilização dos recursos da natureza, inclusive para produção de obras de arte. “Os estudantes do curso de licenciatura de Ciências Agrícolas são futuros professores que irão atuar com alunos que virão do meio rural. Por isso, é muito importante que tenham acesso a técnicas mais sustentáveis e menos poluentes”, falou a coordenadora do Programa de Iniciação à Docência (Pibid), Maria Tereza Ferreira de Moraes.

Para a estudante Beatriz Alves Silva, que cursa o 5º período do curso, a oficina foi uma atividade inovadora para ela. “Achei bastante interessante. A tecnologia nos ensina a preservar a natureza”, falou. Já o estudante Flávio Hubner, do 3º período, afirmou que a atividade incentiva a valorização dos recursos naturais. “A técnica ajuda na nossa formação como professores, pois também iremos semear essas ideias com nossos futuros alunos”, falou.


Terra: matéria-prima e inspiração

Além do técnico do Incaper, contribuiu na realização da oficina a auxiliar de serviços médicos da Secretaria Estadual de Saúde, Valdeth Helena dos Santos. Ela expôs os quadros que pinta com cores da terra e ensinou os estudantes a desenharem e pintarem em tela.

“Durante a oficina, apresentamos aos alunos que o trabalho com tintas da terra é prazeroso e viável. É uma atividade que pode agregar muito valor, sobretudo para quem mora no interior. Devido ao fato de não ser tóxica, qualquer pessoa pode manusear a tinta com tranquilidade, como pessoas idosas e crianças”, disse Valdeth.

Ela pinta quadros de temáticas diversas, mas que combinam com as cores de terra. “Os temas que mais combinam com essas tintas são casarios, flores, animais e até mesmo arte sacra”, falou Valdeth. Ela já produziu mais de 60 quadros com essas tintas.

Ao contrário do que possa parecer, Valdeth não é uma artística plástica de longa data. “Eu aprendi a fabricar a tinta em uma oficina do Projeto Cores da Terra, em 2007. Sempre gostei de artesanato, mas não tinha tempo para produzir. Agora, como estou perto de aposentar, decidi investir na pintura em tela”, afirmou.

Para conhecer o trabalho de Valdeth, basta acessar a página do Facebook Atelier Cores da Terra (coresdaterra.atelier). As encomendas são feitas pelo telefone (27) 9 9311-0136.


Projeto Cores da Terra

O projeto Cores da Terra teve início em 2007, por meio de uma parceria entre o Incaper e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde já eram desenvolvidos estudos similares. Em 2009, o Incaper foi o grande vencedor, na região Sudeste, do Prêmio Finep de Inovação, na categoria “Tecnologia Social', com o Cores da Terra. O prêmio, promovido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), é o principal do setor no Brasil, se configurando como um importante instrumento para premiar iniciativas inovadoras desenvolvidas em território nacional.

Para saber mais sobre o assunto, acesse http://www.incaper.es.gov.br/servicos/images/capa_folder_cores_da_terra_com_receita.pdf


Informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Luciana Silvestre -luciana.silvestre@incaper.es.gov.br
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Texto: Luciana Silvestre
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