Yuri Barichivich
A cerimônia de lançamento da IX Semana Educar Para a Igualdade Racial ocorreu na noite desta segunda-feira.
Vai até esta quinta-feira (5) a IX Semana Educar Para a Igualdade Racial, com o tema “Uma década da Lei 10.639/03 na rede municipal de ensino de Vitória: histórias, vivências e possibilidades”.
O evento é promovido pela Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Seme), em comemoração aos 10 anos da lei que determina a inserção de conteúdos da cultura e da história africana nas práticas curriculares.
A IX Semana Educar para a Igualdade Racial tem como objetivo dar visibilidade às práticas pedagógicas desenvolvidas com a temática etnicorracial, de acordo com os conteúdos definidos nas Diretrizes de Educação Nacional.
Durante a cerimônia de lançamento da IX Semana Educar Para a Igualdade Racial, nesta segunda-feira (2), quatro unidades escolares da rede de Vitória receberam a placa comemorativa alusivas às “Melhores práticas de implementação da Lei 10.639/03 no Espírito Santo”, numa indicação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) durante o “VI Seminário Nacional de Educação Afro-brasileira”, que aconteceu em outubro.
As unidades homenageadas foram o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Darcy Castello de Mendonça, Cmei Darcy Vargas, Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Mauro Braga e a Emef Neusa Nunes Gonçalves.
Ainda na noite desta segunda (2), dois profissionais do ensino e da pesquisa foram homenageados com a estatueta Olga Maria Borges, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados para a implementação de uma educação para a igualdade racial.
A professora Ana Cecília de Macedo recebeu a estatueta por sua atuação como disseminadora de projetos pedagógicos promotores da igualdade racial na rede de educação de Vitória. E o professor Gustavo Forde, por relevantes serviços prestados, por meio da pesquisa, para subsidiar e disseminar o debate etnicorracial na sociedade capixaba.
O evento de abertura da IX Semana Educar Para a Igualdade Racial também contou com a apresentação cultural da EmefMauro Braga, que integra o Projeto Cidadão Dançante, sob a coordenação do professor Marcos Pintanga, conhecido por levar plateias às lágrimas no espetáculo em que faz um cadeirante dançar. Este é o resultado do trabalho com pesquisa em dança e teatro e tem por objetivo construir na escola um espaço de emancipação social e estética, por meio da experiência da dança e do teatro.
“Cidadão Dançante” oferece possibilidade aos alunos de perceber diferentes discursos sobre o corpo, seja em relação aos aspectos técnicos (habilidade física e performance), representações sociais (de gênero, raça, etnia ou sexualidade) ou culturais (identidades, expressão e valor estético). “Que corpo não dança?”, problematiza o professor. No projeto Cidadão Dançante, o corpo surge como uma possibilidade de transformação do sujeito na escola, que cria forma e transforma-se em arte e história. Essa é a linha que conduz a performance que provoca a reflexão, dada a grande mistura de raças e culturas nele existente.
Marcos Salles
A forma da estatueta remonta a uma mulher negra guerreira e expressa a altivez e dignidade das pessoas que simbolizam a resistência negra mundial.
Estatueta Olga Maria Borges
Nestas terça (3) e quarta (4), das 8h30 às 17h, no Museu Capixaba do Negro Verônica da Pas (Mucane), serão homenageadas 23 escolas que receberão a estatueta Olga Maria Borges e certificados de Menção Honrosa. A forma da estatueta remonta a uma mulher negra guerreira e expressa a altivez e dignidade das pessoas que simbolizam a resistência negra mundial.
A homenagem foi instituída em 2005 pela Seme, por meio da Comissão de Estudos Afro-Brasileiros (Ceafro), e tem como objetivo promover a educação das relações étnico-raciais para a construção de um ambiente escolar antirracista promotor da igualdade racial.
Nesses dias, e também na quinta (5), dia do encerramento da IX Semana Educar Para a Igualdade Racial, os visitantes vão poder conferir os trabalhos desenvolvidos por professores e alunos na sala e aula e também participar de apresentações culturais.
A programação desta quarta (4), por exemplo, inclui música com “Walter Salles & Ponto 100 Nó”. De acordo com o produtor, Edson Miranda, responsável pelo musical, o show terá repertório de samba raiz e composições de sambistas capixabas como Edson Papo Furado, Augusto Brasileiro e Betinho Capoeira.
“Temos nos morros, uma importante cena de música em nossa cidade. Para nós, é fundamental levar a cultura, principalmente, a cultura negra para as novas gerações. É uma forma, também, de combate direto a discriminação racial em nosso país”, afirmou Miranda. A apresentação de “Walter Salles & Ponto 100 Nó” no Mucane começa às 19 horas e a entrada é gratuita.
Com edição de Deyvison Longui
Informações à imprensa:
Carmem Tristão (ctristao@vitoria.es.gov.br)
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