quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Escolas realizam ação para celebrar o Dia da Consciência Negra - VIANA

Texto: Júlio Palassi / Foto: Siumara Gonçalves27/11/2013 - 12:08 h

Escolas da rede municipal de Viana fecharam a programação em homenagem ao Dia da Consciência Negra, comemorado oficialmente em 20 de novembro, com exposição de trabalhos, danças e servindo comidas tradicionais da cultura africana. Nas escolas Padre Antunes Siqueira e Araçatiba, o trabalho reuniu estudantes e pais nas atividades na última sexta-feira (22).

“Na escola Padre Antunes o tema foi trabalhado em todas as disciplinas com literatura, histórias sobre a África, venda de escravos e a presença do negro em Viana”, destacou a pedagoga Marilene Tozi. E o resultado estava na fala dos alunos. “Aprendemos que não devemos julgar as pessoas pela cor da pele, mas pelo sentimento delas”, expressou Raíssa Cristina Ribeiro Barbosa, 8 anos, aluna do 2º ano.

Já Victória Eduarda Grijó da Silva, 8 anos, aprendeu que o respeito aos negros deve ser constante e que a cor da pele não vale nada. “Somos todos iguais”, disse. Esse respeito é vivenciado entre Rhaíssa Rais Pereira, 7 anos, e as amigas negras que ela tem, de acordo com a estudante. “Nossa escola tem cumprido seu papel social e preparado os alunos para a vida além dos muros que a cercam. Os alunos têm levado os valores que aprendem para a família e a comunidade onde estão inseridos”, avaliou a pedagoga Marilene Tozi.

Tambores e milho

Em Araçatiba, o canto de Palmares ecoou na dança que os alunos apresentaramIMG_4940.JPG no pátio da escola. Além do som lembrando o canto dos negros, outro produto característico da cultura africana foi servido aos pais e estudantes: o milho. “Esse também era um produto da cultura da região de Araçatiba, cuja produção principal foi a cana de açúcar, e era servido aos escravos por ser um alimento forte”, explicou a professora Mary Coutinho de Mattos.

Para a dona de casa Suely Pereira dos Santos Pimentel, que foi conferir a participação dos filhos Michel e Michele no evento, o trabalho foi muito bom. “Achei interessante o interesse das crianças em querer participar da dança. Minha filha, mesmo envergonhada quis dançar e fez bonito”, comentou.

O negro em Viana

No município, a importância dos africanos na formação do povo brasileiro é tratada no livro “Viana: nosso município - noções de história e geografia”, de Luiz Guilherme Santos Neves e Léa Brígida Rocha de Alvarenga Rosa, lançado em 2008 e disponível em todas as 44 escolas municipais.

Os autores destinaram um capítulo exclusivamente para tratar do assunto. “O negro nas terras de Viana” é o tema do capítulo 4, que aborda a chegada dos africanos no Espírito Santo, trazidos pelos portugueses para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar e nos engenhos. Em Viana, os negros foram utilizados inicialmente no trabalho das lavouras, sendo a principal delas a da cana, em Araçatiba.

A fazenda de Araçatiba era uma das maiores na produção de cana de açúcar e depois da saída dos jesuítas do Espírito Santo, em 1760, passou a pertencer a outras pessoas. Nesse período, os negros escravos começaram a ser utilizados para trabalhar nas lavouras, substituindo os índios. Até hoje em Araçatiba existem negros descendentes dos escravos da fazenda que conservam seus costumes e tradições.

Além das escolas Padre Antunes Siqueira e Araçatiba, o Dia da Consciência Negra foi comemorado nas seguintes escolas da rede municipal de Viana: “Marcílio de Noronha”, “Washington Martins Filho” e “Constantino José Vieira”, em Marcílio de Noronha; “Dorival Brandão”, em Bom Pastor; “Dr. Arcílio Tononi”, em Primavera; “Dr. Denizart Santos”, em Industrial; “Euzélia Lyrio” e “João Paulo Sobrinho”, em Areinha; “Gislene Silva Queiroz, em Caxias do Sul; “Orestes Souto Novaes”, em Jucu; “Profª Divaneta Lessa Moraes”, em Campo Verde; e “Ulisses dos Santos Filho”, em Morada de Bethânia. As demais escolas comemoraram a data com as atividades cotidianas.

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