terça-feira, 2 de abril de 2013

Aula de natação no Tancredão dá novo sentido de vida a crianças com deficiência



Elizabeth Nader
As aulas de natação são ministradas no Tancredão, em Mário Cypreste
Elizabeth Nader
Mães acompanham as crianças durante as aulas do projeto
Viver sem ser estigmatizado é o desejo de muitas pessoas com deficiência. Se as crianças do projeto Saúde e Movimento, da Prefeitura de Vitória, vão ou não passar por discriminação no futuro, só a sociedade dirá.
Mas, no momento, o que reina para os pequenos nas aulas de natação do projeto é carinho, lazer, ajuda mútua, exercício fisioterápico e socialização, numa integração entre mães e filhos dentro e fora da piscina. Ele acolhe crianças com Síndrome de Down, autistas e deficientes físico e mental.
As aulas de natação são ministradas no Tancredão, em Mário Cypreste, às segundas e quartas-feiras, a partir das 15 horas. "É um ambiente de união, interação e socialização. A cada dia percebo a evolução dessas crianças", disse a professora do projeto Djane Monteiro. Além da professora de natação, as crianças são acompanhadas por uma psicóloga. "Muitas crianças não conseguem falar, mas, a partir do trabalho com música, estamos conseguindo que elas pronunciem algumas palavras", disse.
Amparo
Foi o que percebeu Priscila da Silva Carvalho, mãe da pequena Sara Carvalho, de cinco anos e com Síndrome de Down. "Minha filha já melhorou a fala, a coordenação motora e obedece as ordens que são passadas para ela. É uma criança feliz no projeto", disse Priscila, que mora no Romão e não se cansa de levar Sara ao Tancredão.
"Aqui não há discriminação. Tentei matricular a minha filha na natação em academias particulares, mas, quando dizia que ela tinha Síndrome de Down, a resposta era sempre a mesma: 'não temos mais vagas'. Pegavam o telefone e nunca mais ligavam. No projeto, encontrei amparo e Sara pode se integrar e se socializar", disse Priscila.
Já o autista Juan Felipe, de cinco anos, chega com o semblante de felicidade para fazer natação. Acompanhado da mãe, Ana Paula Fialho, ele "descarrega" suas energias quando desenvolve as atividades no Tancredão. "Como a grande maioria dos autistas, Juan é muito fechado e se isola. Mas, desde quando começou a frequentar as aulas do projeto, ele tem sido um menino muito alegre. Está aprendendo a interagir com as outras crianças", frisou Ana Paula.
Ativo
Ao contrário do pequeno Juan Felipe, Higor Caun Rosa Moreira, de sete anos e com deficiência mental, tem toda disposição para falar e brincar. Corre de um lado para outro, na ânsia de cair na piscina. A mãe dele, Rosiléia Moreira, garante que seu filho está mais ativo e com mais disposição desde que começou a frequentar as aulas.
"Acelerou a fala e já tem iniciativa própria. Ele era muito inquieto na sala de aula, ficava andando de um lado para outro. Os professores falam que ele está mais atento e calmo", relatou Rosiléia.
"O projeto oferece tudo o que as mães de crianças com deficiência precisam: socialização, integração e aprendizado igual para todas", disse.
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Com edição de Matheus Thebaldi


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