Neste ano completa 153 anos que o suíço Johann Jacob von
Tschudi veio ao Espírito Santo. O objetivo era conhecer e verificar as
condições que viviam os cidadãos suíços que vieram em busca de uma vida digna e
honesta. O grupo de suíços estava dividido em três localidades: Rio Novo do
Sul, Santa Leopoldina e Domingos Martins. Tschudi veio em 1860.
O Barão saiu do Rio de Janeiro no dia 25 de outubro e no dia
28 estava em Vitória, onde durante dois dias “a um exame atento dos documentos
relativos às colônias da Província, bem como aos decretos e correspondências
oficiais dos arquivos da Secretaria da Província, que o presidente pôs à minha
disposição com a mais louvável solicitude”. Assim está registrado no relatório Viagem
à Província do Esírito Santo – Imigração e Colonização Suiça – 1860.
Na sua primeira viagem no interior do Espírito Santo, Tschudi
foi conhecer a Colônia de Santa Isabel onde encontrou com as famílias
Werfeli, Ginsberg e Baumgarter, grupo que chegou no ano de 1857.
Assim relatou Tschudi sobre Santa Isabel:
-Há algum tempo, um mal se enraizou nessa colônia: a
intolerância religiosa e a mania de proselitismo. O primeiro impulso foi dado,
sem dúvida, pelo capuchinho austríaco Wendelin” e ainda acrescentou: não posso
porém omitir que a mesma crítica pode ser dirigida a um dos pastores
protestante”.
No dia 5 de novembro o Barão estava
em Santa Leopoldina, onde no ano de 1857 havia chegado um grupo de suíços
vindos de São Paulo, que trabalharam nas terras do Senador Vergueiro. Este
grupo rebelou-se contra as condições degradantes que eram submetidos e o Governo
Imperial os deslocou para o Espirito Santo. Compunha o grupo 123 pessoas as e
as seguintes famílias: Fink, Muller, Hauser, Dürr, Volkart, Zinsli, Kern,
Kubbli, Köpplin, Hoffmann, Landolt, Hölfi, Luschsinger, Hämmerli, Schanut,
Hallauer, Bucher, Kaufmann, Ziegler, Gadienth e Bäbler – esta com três núcleos
familiares. Tschudi assim registrou a sua visão sobre os suíços de Santa Leopoldina:
-Um número bastante considerável de
colonos está doente ou debilitada, principalmente entre os suíços, os
holandeses e os prussianos. Fica-se chocado com a visão de criaturas pálidas,
inchadas, enfraquecidas e abatidas.
No dia 10 de novembro o Barão estava em Rio Novo do Sul, onde
no final do ano de 1856 haviam chegado 90 suíços num grupo de 11 famílias, a
saber: Obrist, Läber, Kobi, Stauffer, Scheidegger, Wetler, Hoffmann, Rohr,
Fischer, Jappert e Scherrer. Este grupo veio diretamente da Suiça com destino
ao Espírito Santo. Tschudi registrou o seguinte fato sobre os seus patrícios em
Rio Novo do Sul:
-Até hoje não houve um só acerto de contas com os colonos.
Nenhum deles sabe quanto deve à companhia. Nunca lhes deram cadernetas de
fornecimento. O que é entregue a eles é anotado num grande livro da fazenda,
mas sem controle.
Às vezes costumo fazer um raciocínio
inverso no tempo. Fico imaginando com era o Espírito Santo há 153 anos, em
1860. Mas o mais prático é recorrer a quem lá estava presente, como Tschudi.
Hoje, quase 153 anos são passados e sempre me vem à cabeça é a
ação do Governo Suiço da época, que tinha uma preocupação concreta e real com seus
cidadãos que haviam deixado a Pátria em busca de um futuro digno. Quando Tschudi
veio ao Espírito Santo, a sua missão não era restrita ao território capixaba,
ele percorreu o Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Um
longo tempo se passou, mas mostra a preocupação que a Suiça teve com seus
filhos. Um registro que merece destaque.
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