quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Cadeia produtiva do café arábica é tema de mais uma oficina do Pedeag 3



04/09/2015 - 15:52
 
 


Com um público de mais de 100 pessoas, o município de Brejetuba recebeu, na
 tarde desta quinta-feira (03), a oficina do Pedeag 3 que discutiu a cadeia produtiva 
do café arábica. Dessa vez o especialista convidado foi o agente de Desenvolvimento 
Rural do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)
 Fabiano Tristão. Ele é engenheiro agrônomo e especialista em café e falou sobre a 
evolução do arábica no Espírito Santo e sobre as perspectivas de crescimento e 
desenvolvimento do setor para os próximos anos.

O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), 
Octaciano Neto, deu as boas-vindas aos participantes e, em seguida, o
 subsecretário de Desenvolvimento Agropecuário da Seag, Marcelo Suzart, apresentou 
um breve panorama do agronegócio no Espírito Santo, relembrando que o setor 
agropecuário do século XXI deve ter o foco em sustentabilidade e inovação tecnológica.
 “Investir em sustentabilidade no agronegócio é fundamental para que possamos 
caminhar em sintonia com o modelo de desenvolvimento exigido pela sociedade atual”, 
destacou.

O especialista convidado, Fabiano Tristão, apresentou um panorama do cenário do café
 arábica no mundo, no Brasil e no Espírito Santo. “A cafeicultura está presente em
 mais de 60 países, movimenta cerca de R$ 85 bilhões por ano e envolve 8% da
 população mundial”, disse. Segundo Fabiano, a produção de café estimada para esse 
ano é de 153 bilhões de sacas, sendo que o arábica representa 57% deste total.
 “Mesmo em cenários de crise, o consumo de café continua crescendo e devemos 
nos posicionar para atender o mercado”, completou.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e o segundo maior 
consumidor depois dos Estados Unidos. De acordo com Fabiano, o Espírito Santo
 produz, por ano, em torno de 9,9 milhões de sacas de conilon e 3 milhões de 
sacas de arábica. “Além disso, o café participa com 43,60% do valor do valor bruto 
da produção agrícola capixaba”. 
 



Problemas e desafios

Fabiano Tristão também chamou a atenção para alguns obstáculos, como a escassez 
da mão de obra, que representa 60% do custo de produção. Além disso ele 
destacou a necessidade de investimentos no aumento da produtividade, no manejo
 adequado do solo, em tecnologias com foco em sustentabilidade e na valorização
 das questões ambientais e sociais.
 


Outras contribuições para que o cenário da cafeicultura continue em ascensão 
também foram ressaltadas pelo especialista. São elas: agregar valor ao café, 
reforçando a sua marca; ampliar a assistência técnica e rural - públicas e privadas;
 ampliar as organizações de produtores, cooperativas e associativismo; melhorar a 
gestão das propriedades; valorizar os cafés de qualidade superior; melhorar as
 metodologias de previsão de safra; integrar as diversas instituições das cadeias 
produtivas; e retomar a Câmara Setorial do Café.

Por fim, o especialista pontuou algumas das perspectivas para a produção de café arábica 
para os próximos anos. Entre os pontos ressaltados por ele estão: o desenvolvimento
 de uma cafeicultura mais adensada, com poda programada, focada em sustentabilidade,
 com uma produtividade acima de 30 sacas/há; lavouras adaptadas à semi-mecanização;
 menos mão de obra e mais qualificação do trabalho; cafeicultura focada na valorização 
dos cafés especiais, de indicação geográfica e os produzidos de forma sustentável e a 
necessidade de mais organização dos agricultores e diversificação das produções.
 


Contribuições do Pedeag 3

Em seguida, produtores rurais, representantes de entidades ligadas à produção e 
comercialização do arábica, pesquisadores e lideranças comunitárias e cooperativistas
 da região puderam apresentar sugestões, acompanhar um panorama do setor e 
discutir seus principais desafios e oportunidades.

O produtor rural Joselino Meneguetti, da comunidade de Rancho Dantas, destacou que 
a oficina foi muito importante para que os participantes pudessem agregar conhecimento
 às suas atividades no campo. Segundo ele, a troca de experiências e o diálogo com 
os órgãos do Governo é fundamental para o desenvolvimento sustentável da cafeicultura.
 “O que mais chamou a minha atenção foram as orientações relacionadas ao manejo do
 solo e à preservação das nascentes, como boas práticas agrícolas”.

O diretor técnico do Incaper, Lucio De Muner, afirmou que os municípios devem traçar
um plano de incentivo de desenvolvimento rural, com a união das instituições do
 Governo, para assessorar os agricultores e também fortalecer o Fórum dos Secretários
 Municipais de Agricultura.

Café no mundo

O café é uma atividade desenvolvida em todos os municípios capixabas. No ano
 de 2014 a produção de café foi de 12,8 milhões de sacas. O Espírito Santo é o 2º 
maior produtor brasileiro de café, com expressiva produção de conilon e arábica. O
 café arábica é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais capixabas 
localizadas em terras frias e montanhosas. O Estado é o 3º maior produtor de arábica 
do Brasil, atrás apenas dos estados de Minas Gerais e São Paulo. A produção anual fica 
entre 2,8 a 3,5 milhões de sacas.

Atualmente, existem 150 mil hectares de café arábica em produção, em 48 municípios
 capixabas, com 53 mil famílias na atividade. O setor gera 150 mil empregos diretos e 
indiretos.


O Pedeag 3

As prioridades e diretrizes para o desenvolvimento do setor agrícola até 2030 
estão sendo definidas pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, 
Aquicultura e Pesca (Seag), em conjunto com produtores rurais e representantes
 das diversas cadeias produtivas do agronegócio. Até novembro serão realizadas 
52 oficinas de trabalho em todas as regiões do Espírito Santo, que servirão de 
base para a formulação do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura
 Capixaba, o Pedeag 3.

O Pedeag 3 é um instrumento de análise do cenário atual e futuro que visa estabelecer 
estratégias e iniciativas que possam ser planejadas, geridas e implantadas. O 
primeiro foi elaborado em 2003, a partir de uma iniciativa pioneira na história 
recente da agricultura capixaba. Logo o Pedeag se transformou na principal 
ferramenta de planejamento do setor agrícola do Estado. Em 2008, a Secretaria
de Estado da Agricultura elaborou o Novo Pedeag, mantendo as linhas e diretrizes
 da primeira versão, mas aprofundando a visão estratégica por culturas e regiões 
capixabas.

O Pedeag 3 irá reunir os avanços obtidos nas duas versões anteriores do Plano, 
com uma abordagem centrada na inovação, no empreendedorismo e na 
sustentabilidade. Será formulado a partir da análise de cenários e da elaboração 
de diagnósticos, identificando oportunidades e desafios, estabelecendo objetivos 
e metas e definindo programas e ações a serem implantados para promover o
desenvolvimento do agronegócio capixaba. Tudo isso alinhado com a 
análise de temas transversais, tais como capital humano, tecnologia e capacidade 
de inovação, organização da produção, logística e comercialização, dentre outras.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação Seag
Daniel Simões – danielsimoes06@gmail.com
Texto: Tatiana Caus e Daniel Simões
Telefones: (27) 3636-3700/ 9 88499814

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