Com apenas 12 anos de idade, Gabriel Silva passou os quatro últimos praticando o judô e já carrega no peito 28 medalhas de ouro. Entre as mais importantes, ele destaca as que representam os títulos de bicampeão regional, de tricampeão estadual e a recente medalha de campeão brasileiro, conquistada no dia 23 de agosto, em João Pessoa. Formado na Associação Uchi Mata Judô, um dos núcleos de prática esportiva mantidos com o apoio do projeto Esporte pela Paz, a luta de Gabriel agora é para buscar patrocinadores para disputar o Campeonato Panamericano de Judô. A competição será realizada de 30 de outubro a 2 de novembro, na cidade de Carolina, em Porto Rico.
Quem tem treinado o pequeno campeão é o sensei Rodrigo Mármore, que também atende a outras 150 crianças em sua academia. O projeto Esporte pela Paz acontece por meio da parceria entre a Secretaria Municipal de Esportes (Semesp) e a Secretaria do Estado de Esportes (Sesporte), que têm incentivado o grupo oferecendo o tatame e os kimonos dos alunos.
Mármore ressalta o quanto o garoto tem se destacado e o surpreendido dentro da modalidade. “O Gabriel está invicto em todas as cerca de 50 lutas que já disputou. Foi campeão de todos campeonatos que entrou. Ele tem finalizado os adversários em menos de um minuto, na maioria das vezes. Há dez anos o Espírito Santo não fazia um campeão brasileiro. É uma conquista muito grande que precisamos valorizar”, revela. O judoca mirim se sagrou após aplicar um hon kesa gatame, um dos golpes de imobilização, em seu adversário. Gabriel manteve o uke, como é chamado o oponente no judô, sobre seu controle durante 20 segundos.
Graduado com a faixa verde, ele conta que começou a treinar por acaso, à convite de crianças vizinhas, que iriam iniciar no esporte. “Nós eramos muito próximos e quando a família delas se inscreveram no judô, perguntaram se eu não queria entrar também. Aos poucos fui me apaixonando pelo esporte e praticando cada vez mais. Como já estou me preparando para o Panamericano, treino de segunda à sábado, duas vezes por semana”, conta.
Seu Jeronymo Silva, pai do atleta, é quem o acompanha nos treinos e competições. Ele revela que mesmo com a competência do garoto, é difícil não ficar ansioso na arquibancada. “Quando ele começou a lutar, eu achei que seria algo passageiro e confesso que não tinha a mínima ideia do que era o judô. Mas a dedicação e a seriedade dele me conquistou também e hoje virei um grande fã do esporte. Cada luta a gente fica assistindo com o coração na mão, se deixarem é capaz de até querer entrar no tatame”, brinca.
Convocado para representar o Brasil no Panamericano, a luta agora é por patrocínio
Rodrigo Mármore, sensei de Gabriel, estima que os gastos entre passagens, taxas de documentação, estadia e alimentação, girem em torno de R$ 12 mil. Enquanto prepara o aluno para enfrentar os ukes, ele procura alternativas para não deixar que o sonho de conquistar um título internacional seja adiado. “Estamos procurando empresas, pessoas e parceiros que possam tornar esta viagem possível. São quatro anos que ele vem se preparando, nunca faltou aos treinos e sempre tem se dedicado ao máximo. Não é justo que ele seja privado de defender a vaga que conquistou por falta de dinheiro”, explica.
Oss
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