terça-feira, 8 de abril de 2014

PROFESSOR CAPIXABA FAZ PESQUISA SOBRE OS POMERANOS PIONEIROS DE ESPIGÃO DO OESTE - RONDONIA



O professor de História e pesquisador da cultura pomerana no Brasil, Jorge Kuster Jacob

esteve 20 dias de março em Espigão do Oeste (RO) fazendo uma pesquisa com as famílias

pioneiras pomeranas naquele município rondoniense. Jorge já tem três livros escritos sobre

os pomeranos no Brasil, entre eles, o primeiro livro escrito no país sobre os pomeranos

em ..denominado “A Imigração e Aspectos da Cultura Pomerana no Espírito Santo”. O

professor também tem dois filmes sobre o tema e diversas participações em outros filmes,

jornais e revistas sobre o tema.

Os pomeranos no Espírito Santo são os mais tradicionais do mundo. A Pomerânia era uma

das 36 províncias da então Confederação Germânica, atualmente a Alemanha. De cada 10

imigrantes germânicos ( hunsruker, tirolês, polonês, holandês, entre outros) que vieram para

o Espírito Santo em 1859, sete e meio eram pomeranos. Diferente daqueles que foram para

Santa Catarina e Rio Grande do Sul onde os hunsruker eram maioria. Assim num processo

de miscigenação a identidade cultural pomerana predominou aqui no Espírito Santo fazendo

dela a mais tradicional ainda hoje no mundo, uma vez que na antiga Pomerânia que hoje 70%

de seu território pertence a Polônia e apenas 30% ficou pra Alemanha. Lá num processo de

globalização se tornaram poloneses ou alemães. Então, apenas aqui no Espírito Santo ainda

temos essa tradicional cultura. Ou seja, a “Pomerânia é aqui”.

De 1970 a 1990, grande parte dessa população emigrou para Rondônia na busca da “terra

prometida”. Aqui com a política da erradicação do café, principal esteio econômico da

agricultura familiar, falta de política agrícola para o setor e o número elevado de filhos para

herdar a terra fez muitos irem atrás do sonho e da promessa do Governo Federal de terras na

Região Amazônica em especial Rondônia. Vila Pavão, nessa época chegou a perder 40% de sua

população para Rondônia. Foi o lugar (na época era distrito de Nova Venécia) que mais perdeu

sua população para Rondônia, especialmente Espigão do Oeste.

Em 20 dias na cidade de Espigão, o pesquisador esteve em contato e entrevistou 60 famílias

e coordenou um grupo de estudantes que ficaram para realizar mais outras entrevistas

para assim atingir um maior numero de famílias que no inicio de 1970 até 1990 deixaram

as terras capixabas para buscar o sonho da terra própria nas Novas Áreas de Colonização,

especificamente em Rondônia.

-“ A nossa ideia é registrar essa experiência da história da migração pomerana onde seus

principais autores ainda estão em sua grande maioria vivos. A gente tem a história da

emigração em 1859 para o Espírito Santo com poucos ou nenhum registro. Temos depois esse

processo de migração para a região central(1900) do Estado e nada foi fotografado ou escrito.

Depois tivemos uma nova migração para o norte(1940)do Espírito Santo e nenhum registro.

A nossa intenção é registrar para a história com depoimentos de famílias desde a viagem que

durava em media 10 dias, a dificuldades das estradas com a vigilância das polícias de fronteiras

e o famoso “Areião” que ficava logo depois de Cuiabá quando não existia mais asfalto até

os anos de 1982. Também a dificuldades para chegar nas suas terras que ficavam quase 100

quilômetros mata adentro sem se quer uma picada. O contato com os índios, que na sua foi

uma relação delicada mais pacifica. As primeiras colheitas que eram quase todas consumidas

por animais silvestres alem de no mercado não ter o valor devido. Muitos imigrantes até que

se deram bem que aqui eram meeiros lá hoje possuem seu pedaço de terra para viver. Mas

uma considerável parcela ainda continua procurando a terra prometida por matas adentro em

áreas que não tem muita infraestrutura. E uma pequena parcela que trabalhou inicialmente

com a extração da madeira e agora com gado de leite mas especialmente gado de corte é

que ficou rica ou está ficando rica. A madeira que foi a principal salvação econômica no inicio

da imigração agora está sob rígida fiscalização e tem trago muitos problemas na justiça para

a população rural de Rondônia. Também podemos constatar que Espigão do Oeste, cidade

que recentemente com Vila Pavão construiu um projeto denominado “Cidades Irmãs” que

propõe até algumas atividades culturais entre elas e por isso hoje também é denominada a

“Pomerânia Amazônica”. – disse Jorge.

A pesquisa em Rondônia teve o apoio dos ativistas culturais Martino Tesch, Evaldino

Keller,Valdemiro Brandt, Doglismar Pagung e Nelson Pagung. A Associação Pomerana de

Espigão do Oeste e o programa “Raízes Pomeranas” da Rádio Sociedade de Espigão do Oeste

apoiou e deu divulgação a pesquisa. Essa pesquisa vai virar um livro ate o final do ano e será

lançado aqui em Vila Pavão e no Estado ate janeiro e em Espigão do Oeste no VI Pommer BR –

Encontro Nacional do Pomeranos em julho de 2015.

 TEL para contato e outras informações 27-999967063...ou 27-375310 49

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