O Frei José Corteletti nos brinda com um maravilhoso livro sobre a presença dos Capuchinhos na comunidade teresense e os caminhos que eles abriram para muitos, por intermédio da Fé e da Educação. São 295 páginas com um texto que nos convida ir até o final, recheado com 169 fotografias históricas e que ajudam a nossa compreensão da dimensão da ação dos Capuchinhos.
Logo na Apresentação, Antonio Angelo Zurlo, descendente dos primeiros imigrantes e um dos maiores conhecedores de sua História, abre a porta para acolher o leitor, ao registrar:
-BONS TEMPOS ESTES, EM QUE TEMOS A OPORTUNIDADE DE CONHECER E ADMIRAR UM QUOTIDIANO DE EMOÇÕES COMPORTAMENTAL DISCIPLINA VIVIDA PELOS ESTUDANTES NOS PRIMÓRDIOS DA EDUCAÇÃO EM SANTA TERESA.
Já no prefácio o também teresense Luiz Carlos Biasutti que já nos brindou com vários escritos sobre sua cidade - ele mora em Minas Gerais e é Desembargador, nos deixou as seguintes palavras:
-IMPORTANTE ASSINALAR NESTA OBRA O CUIDADO DOS PRIMEIROS FRADES CAPUCHINHOS COM O PROBLEMA DA FORMAÇÃO DOS JOVENS FILHOS DOS IMIGRANTES, OS QUAIS, POR MAIS DE TRINTA ANOS CRESCIAM SEM NENHUMA INSTRUÇÃO.
O Frei José Corteletti abre a sua caminhada para nos mostrar a ação concreta dos Capuchinhos - ele também é um deles - ao longo de todo texto mostra fotos e fatos históricos desde o início da jornada, 29 de novembro de 1899, quando os primeiros religiosos chegaram: Frei Eugenio, Frei Caetano e Frei Luiz de Mazarino. Separei duas citações.
Na primeira ele pergunta: POR QUE ESTA HISTÓRIA. A sua resposta.
-PODE-SE DIZER QUE DESDE OS IMIGRANTES, ITALIANOS NA MAIORIA, ATÉ A GERAÇÃO QUE VICEJA HOJE, OS FRADES LEVARAM À MEDULA DA FAMÍLIA TERESENSE UM BANHO DE LUZ, DE ENSINAMENTOS ESCOLARES E DE VIDA. SE FORMOS BUSCAR UMA EXPLICAÇÃO POR QUE O POVO DE NOSSA TERRA DE SANTA TERESA POSSUI E CONSERVA UM ARMAZÉM DE RIQUEZAS CULTURAIS, GRANDE PARTE DELAS DEVE-SE AOS MISSIONÁRIOS CAPUCHINHOS, PRINCIPALMENTE NOS PRIMEIROS CINQUENTA ANOS DO SÉCULO PASSADO.
Mais adiante na INTRODUÇÃO: A INSTRUÇÃO ESCOLAR NOS PRIMEIROS ANOS DE SANTA TERESA, Frei José volta no tempo.
-AS FAMÍLIAS ERAM NUMEROSAS E ISTO TINHA VALOR INESTIMÁVEL, UMA VEZ QUE SIGNIFICAVA BRAÇOS FUTUROS PARA TRABALHAR E PRODUZIR MAIS. ESTA TEORIA SÓ VALEU PARA OS PRIMEIROS TEMPOS DA IMIGRAÇÃO. E SE DIZIA EM BOM TOM: TEMPO PERSO (ESTUDAR ERA TEMPO PERDIDO), EM PARTICULAR AS MULHERES. ''VALE PIÙ LA PRATUCA CHE LA GRAMMATICA''. ESTAVAM EM MEO À FLORESTA VIRGEM A SER CONQUISTADA. ENTÃO PARA QUE ESTUDAR? MAS NEM TODOS PENSAVAM ASSIM: MUITOS SENTIAM NECESSIDADE DE INSTRUÇÃO PARA SEUS FILHOS AINDA QUE FOSSE PARA LERM ESCREVER E FAZER CONTAS.
Depois serão sete capítulos.
I- OS CAPUCHINHOS E A INSTRUÇÃO EM SANTA TERESA.
II- O COLÉGIO ÍTALO-BRASILEIRO.
III- OS ÚLTIMOS ANOS DO ÍTALO-BRASILEIRO.
IV- SEMINÁRIO SERÁFICO SÃO FRANCISCO DE ASSIS.
V- O NOVO SEMINÁRIO.
VI- MEMÓRIAS DO VELHO SEMINÁRIO.
VII- O EDUCANDÁRIO SERÁFICO SÃO FRANCISCO DE ASSIS- ESFA.
O Frei José Corteletti não fica somente na narrativa histórica. Ele no Capítulo VI conta a sua vida no Seminário, para onde foi no dia 22 de fevereiro de 1946. Vale a pena ler. Santa Teresa tem o privilégio de ter os seus filhos e suas filhas registrando com competência a sua trajetória histórica. Quem gosta de História real do Espírito Santo tem no trabalho do Frei José um tesouro a explorar.
O meu exemplar foi um presente do casal amigo Ueliton e Viviane Mattiello Stanger, lá da cantina Mattiello.
Pelo que me consta, esse belo trabalho realizado pelo Frei José foi o primeiro e único sobre o "Seminário". Os fatos ali citados se passaram há mais de 60 anos e estão expostos com muita riqueza de detalhes. Há uma grande variedade de ilustrações o que torna a obra ainda maior em importância. Sinto-me gratificado em ter em mãos um exemplar e acho que todo ex-seminarista, principalmente, deveria adquirir o livro e guardá-lo com muito carinho. Meus agradecimentos.
ResponderExcluirAltayr José Mattedi (Turma de 1954)
ajmattedi@hotmail.com