quinta-feira, 18 de julho de 2013

Espírito Santo registra maior número de casos de dengue da história


Desde 1995, quando começaram a ser notificados, os casos de dengue nunca foram tão altos quanto neste ano. Embora aindaestejamos no mês de julho, já chegamos a 72.166 registros, números que continuarão a crescer até dezembro. De acordo com aSecretaria de Estado da Saúde (Sesa), a explicação para isso é a entrada do sorotipo 4 isolado no Espírito Santo no ano passado. 

Como esse tipo de vírus não circulava por aqui, praticamente todos os capixabas estavam - e ainda estão - suscetíveis a ele. “Quandoum paciente fica doente, cria imunidade contra o sorotipo que o acometeu. Então, nesses últimos quase vinte anos, o capixaba foisensibilizado contra os tipos 1, 2 e 3 da dengue”, lembra a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesa, Gilsa Rodrigues.

Agora o cenário é diferente, pois o sorotipo 4 encontra caminho livre. Os 72.166 casos notificados até o dia 13 de julho ultrapassa emmuito os 54.648 registrados em 2011, até então considerados os mais altos (veja gráfico abaixo). “Desde quando o sorotipo 4 circulavana fronteira do Brasil, começamos a trabalhar a intensificação das ações de prevenção e a possibilidade de vivenciarmos grandes surtose epidemias quando o novo sorotipo entrasse no nosso Estado, alertando a população”, ressalta a coordenadora.  

Combate

Mas, a falha no combate do mosquito tem se mostrado persistente. “O vírus é diferente, mas o vetor é o mesmo. Gosta de águaparada e calor. Essa grande quantidade de casos mostra que a eliminação dos focos não está sendo eficiente. O agente da denguevisita os domicílios regularmente, mas é preciso comprometimento da população”, esclarece.

Como 74% dos focos do mosquito estão dentro de casa, Gilsa Rodrigues orienta que os capixabas elejam um dia da semana paravistoriar a residência à procura de reservatórios e interromper o ciclo reprodutivo. Essa medida evita o surgimento de novos vetores, jáque demoram cerca de nove dias para se desenvolverem do ovo à fase adulta. 

“Nós teremos casos de dengue diminuindo até outubro e início de novembro, depois começam a aumentar de novo com a chegada doverão. Então, o período que estamos agora é excelente para trabalhar a prevenção, já que estamos no inverno com a temperaturamais amena. Se isso for feito, entraremos no verão com menos casos”, explica Gilsa.

Óbitos

Embora velha conhecida das pessoas, a dengue ainda vem causando mortes no Espírito Santo. Em 2009, foi quando se registrou omaior número de óbitos: 63. Em 2013, até a segunda semana de julho, a doença matou 19 capixabas (veja abaixo). Em termosproporcionais ao número de casos de dengue clássica, há uma redução, mas o número poderia ser nulo. 

“Continuamos perdendo vida para a dengue. Temos trabalhado muito no sentido de alertar a população sobre sinais e sintomas deagravamento da doença, e também na outra ponta, promovendo capacitação profissional em todo Espírito Santo para aprimorar omanejo clínico. Temos que lembrar que esse é um problema que devemos combater em conjunto, poder público e população”, conclui. 

Óbitos

2008 – 16
2009 – 63
2010 – 17
2011 – 25
2012 - 11
2013 - 19




Informações à Imprensa: Assessoria de Comunicação da Sesa Dannielly Valory/Jucilene Borges/Marcos Bonn/Maria Angela Siqueira Texto: Marcos Bonn marcosbonn@saude.es.gov.br Tels.: 3137-2307/3636-8334/9983-3246/9969-8271/9943-2776 asscom@saude.es.gov.br

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