terça-feira, 9 de julho de 2013

Arte produzida por alunos da rede municipal será exposta na Holanda - VITÓRIA


Elizabeth Nader
Professora de Artes Gisele Góes diante dos trabalhos dos alunos
Professora Gisélle mostra alguns dos trabalhos desenvolvidos em mosaico de papel pelos alunos da Emef Ceciliano Abel de Almeida
Elizabeth Nader
Professora de Artes Gisele Góes diante dos trabalhos dos alunos
Professora de Artes Gisélle Góe vai expor os trabalhos na Holanda no mês de setembro
Uma aula de artes que ultrapassa o uso do esquadro e do compasso ao inserir o contexto social no conteúdo pedagógico só poderia gerar um excelente resultado: ganhar o mundo.
Fazem parte dessa história os estudantes do 7º e 8º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé, e a professora de Artes Gisélle Góes, que foi convidada para expor na Holanda, em setembro, os trabalhos de releitura das obras do artista austríaco Gustav Klimt, feitos pelas mãos de seus alunos em mosaico de papel. O objetivo da viagem será evidenciar o potencial de Vitória no que se refere às ações sociais inclusivas na sala de aula.
Klimt, em sua trajetória, buscou retratar a mulher e, em 2012, completaria 150 anos. Na mesma época, o Espírito Santo liderou o ranking dos estados brasileiros com o maior índice de violência contra a mulher.
"Usei o artista como contraponto da mulher virtuosa e a figura feminina que meus alunos têm como referência. A ideia era levá-los a valorizar a pessoa por meio da leitura da arte, entender a mulher de outra forma. Muitos deles não acreditavam em seu próprio potencial e, no decorrer da produção, o que se viu foi muita habilidade e capacidade de criação. A notícia atravessou mares e estou muito satisfeita com a oportunidade de levar experiências e intercambiar relatos", comemorou a professora.
Nova College, na capital Amsterdam, e Stichting Meetingz, na cidade de Haarlem, são escolas voltadas para um público que requer tratamento inclusivo com alunos estrangeiros, recebidos pelo país por motivos sociais e políticos, muitas vezes exilados dos países de origem e acolhidos pelo governo holandês.
"Ter a oportunidade de exibir este projeto será valioso, afinal nossos alunos, em sua grande maioria, vieram de uma estrutura social vulnerável e encontraram na escola meios de manifestar suas habilidades e criatividade. Alunos que se descobrem incluídos, inseridos e importantes quando se veem como artistas emoldurados e sendo apreciados", revelou Gisélle.

Conhecimento

A professora Gisélle Góes acredita que iniciativas que partem do princípio de que o aluno é capaz de desenvolver-se, apesar de um conjunto de fatores sociais, constituem-se como um caminho de valorização do ser humano e de sua capacidade de superação. "Conscientes do papel da escola no desenvolvimento da cidadania e na garantia plena dos direitos da criança e do adolescente, entendemos que é no ambiente escolar que se torna possível oferecer variados caminhos que conduzam à cultura, ao conhecimento e às relações com o outro, de modo a democratizar cada vez mais o acesso ao saber em todas as suas formas e linguagens".
Os alunos não esconderam a satisfação por participar dos trabalhos. "É interessante falar dia a dia, aprender a valorizar a mulher por meio da arte", disse Luana Cezini. Já Rafael Allocca comemorou o resultado: "Não imaginava que fosse ficar bonito assim".
Elizabeth Nader
Aluna Luana Sizini diante de seu trabalho orientado pela professora de Artes Gisele Góes
Luana Cezini diz que é importante aprender a valorizar a mulher por meio da arte
Elizabeth Nader
Aluno Rafael Allacco diante de seu trabalho orientado pela professora de Artes Gisele Góes
Rafael Allocca foi um dos alunos que participaram do trabalho na Emef

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