A MORTE DO ESPAÇO PÚBLICO: PRAÇA DO CAUÊ.

A morte da Praça do Cauê vem sendo executada de forma lenta e gradativa. Primeiro fizeram com que ela se tornasse uma ROTATÓRIA DE VEÍCULOS para acesso à 3ª Ponte. Daí os moradores e as mães que cotidianamente levavam seus filhos à praça deixaram de fazê-lo, pois já não mais se animavam a cruzar os carros em meio ao barulho e à poluição dos gases emitidos pelas centenas de veículos e coletivos, fora o risco de serem atropelados. E não venham me dizer que a praça não era frequentada. Quantas vezes decidi por levar  meus filhos ainda pequenos porque era uma praça sossegada, segura e arborizada??? Depois a prefeitura foi esvaziando-a até afixiá-la lentamente, deixando-a propositalmente à deriva, sem o  cuidado devido com suas plantas e jardins, sem manutenção e sem funcionário a zelar por ela e pela segurança. Enfim, entregue a própria sorte e aos crackeiros. Não se trata aqui de pura nostalgia...a paisagem urbana está sempre se reinventando, mudando. Na Europa e em outros países, onde os valores culturais são porta-vozes de identidade , a praça é valorizada como bem público e de fruição da cidadania.O que se questiona é justamente o porquê de sempre optar-se pela estratégia mais fácil, A PERDA DO ESPAÇO PÚBLICO em detrimento de um planejamento prévio ou outras alternativas pensadas a médio e longo prazo ??? A SOLUÇÃO VEM SEMPRE COMO AVALANCHE:MATA-SE A PRAÇA como último recurso do despautério do NÃO planejamento. A PRAÇA DO CAUÊ não será a primeira nem a última a MORRER literalmente. E quantos mais espaços públicos IRÃO MORRER ???OU SE PENSA EM VIVIFICÁ-LOS OU MESMO CRIAR NOVOS  ???


Isabella / arquiteta urbanista