Ao publicar o texto e as fotos onde mostrei a arte de minha mãe Maria Evangelina Mansur, na produção de lindos e maravilhosos sapatinhos para bebês, que ela faz desde os 12 anos de idade, ela tem hoje 88, me veio uma interrogação sobre esta dedicação.
Eu como o seu maior distribuidor fui saber mais. Neste domingo, 20 de julho, eu e Eliane fomos até a sua casa para filar mais um almoço. Aproveitei a oportunidade para saber mais alguma coisa da origem desta motivação. Foi fácil, depois que ela foi falando sobre os seus filhos, filhas e enteados.
Quando minha mãe casou com meu pai Monoel, ele era viúvo e tinha dois filhos, os meus irmãos Jair e Jairo, na faixa de 10 e 12 anos. Eles vieram morar com ela.
Com meu pai ela teve 11 filhos. Pela ordem de chegada: Francisco de Paula, Luiz Carlos (morreu ainda bebê), Higner, Ronald, Maria Tereza (morreu ainda bebê), Cecilia, Teresinha, Elizabeth (falecida), Manoel, Edson e perdeu um filho nati morto, que receberia o nome de Benjamin. Ela sempre foi convidada ou até se auto convidava para dar os primeiros banhos nos netos e netas que iam chegando. Chegou ir ao Acre para fazer este ritual. Uma marca de ação que virou uma tradição: vai nascer, chamem a vovó Maria para os primeiros banhos.
Acho que a sua fábrica de sapatinhos que já funciona há 76 anos, tem origem no seu espírito materno e acolhedor.
Quando lhe falei que coloquei as fotos na internet e que dezenas de pessoas haviam visto, ela logo perguntou: e alguém pediu alguma encomenda? Mais adiante falou que tinha de produzir mais dois pares para completar a gaveta, já que os dois pares da foto deste texto eu já presentei para o casal Ian e Flávia.
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